Gestor escolar: qual é o seu papel na nova escola?

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Gestor escolar: qual seu papel

A rotina do gestor e da gestora escolas é repleta de “pequenos incêndios” que tiram o foco do desenvolvimento e acompanhamento pedagógico de sua escola. Conheça aqui as diferentes atribuições da gestão escolar e quais são as expectativas de cada frente de atuação.

Muito tempo cuidando de tarefas burocráticas – e pouco disponível para as questões pedagógicas. Essa é a realidade do(a) gestor(a) escolar no Brasil. Em vez de pensar na formação da equipe pedagógica, nos processos educacionais para ampliar o desenvolvimento dos alunos e das alunas e na relação entre escola-comunidade, a maioria passa o dia conferindo a produção da merenda (90%), supervisionando a limpeza da escola (84%), o fornecimento de lápis e papel (63%) e conferindo as condições das carteiras (58%).

A última pesquisa que retrata a rotina do cargo, que ouviu 400 diretores de escolas públicas de todo o Brasil, foi realizada pela Fundação Victor Civita em 2009. Por outro lado, o gestor e a gestora escolar seria, idealmente, um articulador(a) entre escola, equipe, estudantes e comunidade, cujo objetivo maior seria oferecer educação de qualidade aos(às) estudantes. A atuação do gestor escolar pode ser dividida em três frentes:

  • Gestão pedagógica;
  • Gestão administrativa;
  • Gestão de comunidade.

Em algumas redes, essas responsabilidades podem ser divididas entre diretor(a) e coordenador(a) pedagógico(a) – nesse caso, a formação de professores e professoras costuma ser assumida pelo(a) coordenador(a). Abaixo, conferimos as principais funções de cada frente de trabalho:

A gestão escolar e o papel pedagógico

É o gestor ou a gestora escolar quem preza pela qualidade do ensino. Ele conduz a elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) e facilita a elaboração do currículo escolar. Ainda cabe a ele(a) acompanhar e avaliar a aprendizagem dos alunos e das alunas de modo que seja capaz de identificar falhas e acertos e, a partir daí, reorientar a prática pedagógica.

É claro que esse não é um trabalho solitário, mas democrático. Uma boa gestão escolar promove parcerias entre a equipe: ela envolve professores(as), coordenadores(as), orientadores(as), funcionários(as) e as famílias no processo de tomada de decisão.

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Aqui, também entra seu olhar para a formação continuada da equipe pedagógica. Por isso, o(a) gestor(a) escolar precisa conhecer a realidade da sala de aula – motivo pelo qual muitos bons gestores foram, antes, bons docentes. Mais do que impor sua maneira de lecionar, ele(a) desenvolve a escuta, acolhe a equipe e oferece as ferramentas necessárias para que cada agente dentro da escola seja capaz de encontrar soluções em prol da aprendizagem do aluno e da aluna.

O gestor escolar e o papel administrativo

Na gestão administrativa e financeira, o(a) gestor(a) escolar fica responsável pela distribuição dos recursos da escola. Ele(a) administra a documentação escolar, os materiais pedagógicos e mesmo a estrutura do colégio – o que inclui a manutenção de equipamentos, espaços e objetos que pertencem ao patrimônio escolar. Por fim, é o gestor ou a gestora quem estabelece as regras e rotinas da instituição.

O(A) gestor(a) escolar e a comunidade

Finalmente, cabe ao(à) gestor(a) escolar incentivar a participação das famílias e atendê-las quando necessário. O(A) gestor(a) ideal – ainda que com os desafios das limitações de tempo, equipe ou recursos financeiros – tem tempo de buscar inovação e implementar iniciativas que envolvam toda a comunidade escolar, além de promover diálogo entre agentes externos e internos para ampliar o aprendizado.


Em algumas escolas, as funções do(a) gestor(a) escolar são divididas entre diretor(a) e coordenador(a). Nesse caso, é comum que a formação de professores(as) e o olhar mais cuidadoso sobre a aprendizagem dos alunos e alunas caiba à coordenação pedagógica.

O(A) gestor(a) escolar e o tempo

Sim, a lista é bem longa – por isso mesmo, uma boa gestão escolar necessita de um bom planejamento que priorize as ações urgentes, as importantes e aquelas que podem esperar. “A análise de necessidades constitui um dispositivo importante para a escolha dos focos de atuação – e requer a escuta criteriosa”, explica a professora Mônica Matie Fujikawa. Mônica é assessora pedagógica e supervisora de grupos de estudos com coordenações pedagógicas de diversos colégios. Ela continua: “Isso pode ser atingido através de fóruns de discussão, reflexão das práticas e o registro significativo e cuidadoso de todas as etapas do trabalho”.

Para a professora, a eleição de prioridades pode ser realizada da seguinte forma: após a escuta de todas as demandas, a equipe faz uma análise conjunta para decidir quais delas terão mais reflexos na melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem. As condições de trabalho dos profissionais – especialmente dos professores – e a manutenção de um bom ambiente são outros fatores a serem considerados.

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O(A) gestor(a) escolar e a tecnologia

O rápido desenvolvimento de tecnologia educacional pode transformar a rotina da gestão escolar. Ferramentas e recursos digitais agilizam tarefas burocráticas e fornecem informações mais aprofundadas sobre o desenvolvimento de alunos e professores. Há aplicativos que simulam uma agenda virtual, enquanto outros facilitam a comunicação entre escola e família, entre educadores, entre escola e alunos.

Já plataformas como o Geekie One geram relatórios de desempenho que mapeam a aprendizagem desde o(a) estudante individualmente até a turma, escola ou rede de ensino como um todo. Com acesso a um panorama da escola e sua posição dentro do cenário nacional – proporcionado pelo Geekie Teste, a avaliação externa e simulado Enem e Saeb do Geekie One -, além de dados específicos a cada área de conhecimento e nível de proficiência, o(a) gestor(a) escolar consegue tomar decisões estratégicas com base em informações concretas.

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Inserir tecnologia na rotina escolar é uma boa alternativa não só para se obter dados mais precisos, mas também para economizar tempo dos(as) professor(as) e do(a) gestor(a) escolar. Assim, seu tempo é melhor aproveitado em atividades que exigem liderança, acolhimento e um olhar mais humano sobre a escola.

. * Marcela Lorenzoni é líder da Consultoria Pedagógica da Geekie, especialista em Gestão da Educação no Novo Milênio pelo Instituto Singularidades e bacharel em Comunicação Social pela PUC-PR. Antes de entrar no universo de startups de tecnologia educacional, foi professora de inglês em escolas de idiomas, escolas particulares e no exterior. É apaixonada por protagonismo estudantil, tema que discutiu no Ecosoc Youth Forum, na sede da ONU em Nova York. [Este artigo foi originalmente publicado em 25 jul. 2016 e atualizado em 25 ago. 2020]

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