Adotar algumas ações para otimizar as férias escolares garante que este período possa servir de preparação para que o resto do ano letivo ocorra da melhor forma possível. Aqui, gestores e gestoras encontram dicas valiosas sobre esse tema.
As férias escolares são um período de recesso para os(as) estudantes, contudo se engana quem acha que é um momento de descanso para a gestão escolar, coordenação pedagógica e docentes.
Para que as atividades do período letivo aconteçam da melhor forma, é preciso uma gestão escolar ativa durante as férias escolares. Com atividades que vão além de planejar as atividades curriculares, pensando em melhorias também para a equipe escolar e infraestrutura do local.
Neste artigo, vamos trazer quais estratégias podem ser usadas para otimizar a gestão escolar nas férias. E para isso trazemos aqui Weslay Araújo Maia, coordenador pedagógico e filósofo, com Mestrado em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e especialista em Gestão Escolar pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).
Quais são as principais atividades desenvolvidas nas férias escolares?
Conforme aponta Weslay, as férias escolares são “um momento propício para realizarmos um ‘balanço’ acerca dos objetivos alcançados ou não no semestre”.
Segundo ele, os principais objetivos que devem ser considerados são os níveis de aprendizagem dos(as) alunos(as) nos conteúdos disciplinares, bem como o desenvolvimento de habilidades sociais.
A partir dessa primeira avaliação, é possível traçar planos e estratégias para o próximo período letivo ou semestre, visando “garantir as aprendizagens essenciais a todos os(as) alunos(as) e auxiliá-los(as) no amadurecimento socioemocional”.
Mas para além disso, há outras atividades que podem ser realizadas durante as férias escolares, como, por exemplo:
- Fazer uma revisão nos conteúdos disciplinares;
- Ajustar o calendário do ano letivo;
- Elaborar atividades para oferecer aos(às) estudantes;
- Investir tempo para reuniões e formação dos(as) professores(as);
- Melhorar a estrutura disponível para o corpo docente.
As estratégias para otimizar o recesso escolar
Adotar algumas estratégias para otimizar as férias escolares garante que este período possa servir de preparação para que o resto do ano letivo ocorra da melhor forma possível. Além de ser um ótimo momento para alinhar os propósitos com toda a equipe escolar.
E são diversas as áreas em que a gestão escolar pode atuar na hora de otimizar esse período. Confira os tópicos a seguir.
Avaliação e planejamento escolar
Para atingir os objetivos, é essencial ter um planejamento detalhado. Esse planejamento tem como função principal estruturar o processo formativo, a visão pedagógica, os componentes curriculares e seus respectivos conteúdos, bem como as estratégias didáticas e avaliativas, que concretizam a visão pedagógica que norteia toda a prática docente.
Mas é importante ressaltar que esse planejamento não pode ser “engessado”. É importante planejar ações flexíveis, que possam ser mudadas conforme o contexto. Mas, além disso, que possam gerar também engajamento entre os(as) alunos, sem necessariamente de focar nas notas de cada disciplina.
“Lidar com seres humanos é sempre imprevisível. O que pode ser feito é planejar ações que abranjam uma gama de possibilidades, de modo que as ações previstas tenham maior probabilidade de serem efetivas”, ressalta o coordenador pedagógico.
Aprimoramento e reuniões de equipe na escola
Para acompanhar as novas tendências de gestão escolar e de práticas pedagógicas, é preciso que sejam realizadas reuniões e cursos de aprimoramento. Como relata Weslay, “os processos formativos para a gestão e para os(as) docentes se dão de forma distinta”.
Isso porque a equipe gestora e o corpo docente têm diferentes necessidades de formação. Desse modo, os cursos e as reuniões devem ser pautadas “no diagnóstico panorâmico do ano letivo anterior, no qual é possível identificar as fragilidades que precisam de intervenção no processo educativo”.
Sendo assim, Weslay aponta como as principais temáticas que vêm sendo priorizadas são:
- As tratativas do uso da Inteligência Artificial no processo educacional;
- Habilidades de gestão de sala de aula e mediação de conflitos escolares;
- Fundamentação teórico-crítica acerca do papel atual do(a) professor(a) e da escola;
- Metodologias ativas e inovadoras.
No entanto, vale lembrar que estas formações não podem limitar a forma como o corpo docente atua em sala de aula. “Elas não podem se limitar ao desenvolvimento de habilidades técnicas, como uma espécie de receita procedimental para realizar algo”, ressalta Weslay.
Infraestrutura da escola também é importante
Para que os(as) estudantes possam se desenvolver de uma melhor forma, a infraestrutura da escola precisa oferecer as melhores condições possíveis. Dessa maneira, avaliar o suporte disponível é uma das principais tarefas da gestão durante o recesso.
Mas esse levantamento precisa levar em conta a proposta pedagógica da escola, conforme menciona Weslay Maia:
“Se a proposta pedagógica prevê uma ênfase em habilidades criativas, autônomas e colaborativas, os espaços precisam favorecer o exercício dessas dimensões, como salas interativas, com as carteiras organizadas para trabalhos em grupos, laboratórios específicos para experiências de ciências naturais, espaços de convivência e atividades físicas, além das estratégias didáticas contemplarem o que tais espaços oferecem.”Porém, há casos onde a escola não tem condições de oferecer todo esse suporte. Nesse caso, é preciso haver um diálogo com os(as) professores(as), para que esse feedback ajude a tornar toda a estrutura coerente com a proposta pedagógica.
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