Os desafios do gestor do século XXI: formação continuada, transformações e oportunidades

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desafios para gestores e gestoras século XXI - Tânia Queiroz - Geekie

Vivemos em uma época similar àquela das revoluções industriais dos séculos anteriores. Tudo se transforma constantemente e novos desafios de gestores e gestoras colocam a urgência de acompanhar essas novas demandas por meio de formação continuada e consciência do cenário atual

Você notou que estamos vivendo em um período revolucionário que vai além dos computadores e das inovações na área de telecomunicações? Já percebeu que um novo mundo está nascendo com uma nova maneira de pensar, sentir, agir e interagir? Na sua opinião, os educadores se preparam para essa nova era? E você como gestor se preparou para essa nova realidade? Quais são os desafios para gestores e gestoras deste novo cenário?

“Quando  tudo está perdido
sempre existe um caminho,
quando tudo está perdido
sempre existe uma luz”

 (A Via Láctea – Legião Urbana)

Não tem como negar que estamos diante de um novo tempo e precisamos nos antecipar a ele. Só conseguiremos isto por meio de ações e inovações que diagnostiquem, orientem, inspirem, aperfeiçoem, atualizem, qualifiquem, preparem os educadores e alunos para obterem sucesso no processo de aprendizagem, sucesso profissional e realização pessoal. 

Dessa forma, na sua gestão, a  administração, a avaliação, o planejamento, o controle de comportamentos, dos documentos e o direcionamento das ações,  são componentes gerenciais fundamentais para você ter sucesso no fortalecimento da sua “empresa escolar” dentro de uma projeção mercadológica eficiente (utilização racional dos recursos) e eficaz (realização de objetivos). 

Ser Gestor Escolar no século XXI? 

“Os fatores que permitiram a escola sucesso no passado não mais propiciam sucesso no presente e não garantem sucesso no futuro.”
(Roberto Shinyashiki) 

Com certeza é uma tarefa árdua, pois, de um lado estamos marcados pela turbulência econômica, política, concorrência, exigências cada vez maiores das famílias e estudantes. Do outro lado está a ansiedade, o medo, a resistência dos educadores e educadoras em rever a concepção de educação e antigos paradigmas que os acompanham diariamente, muitas vezes, dificultando o sucesso na sala de aula. Você concorda com essa minha afirmação? 

No contexto do cotidiano escolar, muitas vezes você que é gestor se depara com situações inéditas, imensos desafios, e assim, muitas vezes navega sem bússola em caminhos desconhecidos, mas saiba que você só tem uma saída: a formação continuada, para que possa se atualizar e atualizar a sua equipe constantemente de forma a se manter na vanguarda dos processos inovadores da área educacional. 

Atualmente, a educação exige profissionais multifuncionais, e surge um grande desafio para gestores e gestoras: o de adquirir urgentemente uma visão estratégica e uma prática renovada para manterem a fidelização e captação de alunos.

A realidade deixa claro que os alunos vivem a era do “desencanto escolar”, e nem sempre estão receptivos às aulas, à orientação de estudos, à realização das tarefas de casa, dos trabalhos escolares, das pesquisas, ou seja, não estão receptivos ao processo de aprendizagem como um todo e os pais terceirizam suas responsabilidades.

Quase sempre a sala do gestor transforma-se em uma arena na qual digladiam docentes, estudantes e famílias, e o gestor ou a gestora é sempre o/a perdedor(a), pois o resultado desses conflitos muitas vezes é a perda de alunos no final de ano.

As transformações do século XXI: ponto final ou recomeço?

A grande verdade é que a escola está diante de uma crise que revoluciona a visão disciplinar, disciplinada e ontológica dos educadores, exigindo urgentemente uma nova visão interdisciplinar, transversal, transdisciplinar e epistemológica. Os educadores precisam rever paradigmas e se libertar de todas as visões fragmentadas e/ou dicotômicas que sedimentaram o modelo de suas aulas que na maioria das vezes não funciona com essa geração de crianças e jovens.

Leia mais: Educação 4.0: o futuro é agora

Concordo com Mozart Ramos quando ele afirma:

“O Brasil ainda tem 
uma escola do século XIX, 
professores do século XX 
e alunos do século XXI.”

Nesse cenário,  os desafios para gestores e gestoras nesse século XXI são imensos, ele precisa ter consciência da necessidade de  desenvolver em sua escola uma educação diferenciada, interessante, dinâmica, criativa que atenda aos anseios desses jovens, atualizando a proposta e toda prática pedagógica da sua equipe, o que não é uma tarefa nada fácil.

Atualmente, os livros, as aulas  se comparadas aos meios eletrônicos são desinteressantes e desestimulantes, a escola está perdendo para as mídias, e muitas estão perdendo alunos e alunas. Alguns historiadores acreditam que estamos vivendo um período muito semelhante ao período da Revolução Industrial, no que concerne ser um período de revolução, de transformação de hábitos e costumes. 

Estamos na Era do Conhecimento e isso só foi possível graças ao avanço tecnológico e científico. A Internet e a globalização estão alterando de forma singular a maneira do homem e da mulher conceber a si e ao mundo. Novos hábitos estão sendo incorporados e estão refletindo no cérebro dessa geração, na sua maneira de pensar, sentir, agir e interagir, mas nem sempre a escola está preparada para compreender e lidar com essas mudanças de forma adequada.  Este tem sido um dos maiores desafios para gestores e gestoras.

Não se apavore! Estamos no meio de uma crise que não é o fim, mas é um recomeço. 

Há um mundo que está terminando e outro mundo que está começando. Nós? Estamos bem no meio dessa transição, ainda que não tenhamos total consciência.

Vivemos um momento de morte e de renascimento ao mesmo tempo. Vivemos um momento de revolução! Sobreviverão os mais aptos.

É inútil fugir dessa verdade: nos dias atuais é preciso questionar os reais objetivos da escola, o papel do gestor e da gestora,  da coordenação, do orientador e da orientadora, dos professores e professoras e compreender o que os seus clientes desejam e buscar atender a esses desejos. Se a sua escola não atender os desejos do seu cliente, o seu concorrente o fará.

Os desafios para gestores e gestoras estão colocados, agora é preciso agir

As escolas que pretendem ter sucesso neste século, precisam urgentemente promover uma educação dialógica, que fale a linguagem dos seus clientes, que estimule o cérebro e os sentidos, que desenvolva as redes de aprendências, as inteligências múltiplas e a inteligência socioemocional para poder  competir com as mídias e voltar a influenciar psiquicamente os seus alunos e alunas, gerando interesse por suas aulas e atividades.

Nesse sentido,  é fundamental você, como gestor ou gestora, repensar os rumos da educação da sua escola, sem um otimismo ingênuo, mas também sem um pessimismo paralisante, buscando o que é possível ser feito dentro de um planejamento estratégico bem elaborado.  Definindo metas e objetivos claros, para sair das commodities e navegar no oceano azul, lugar que não existe concorrência. Acredite, sempre é possível inovar, para isso é necessário desenvolver a metacompetência. 

 “Há pessoas capazes de competir, estas são as competentes, e há pessoas capazes de construir novos cenários – estas são as metacompetentes.”
(Eugênio Mussak)

*Tania Queiroz é Personal & Professional Coaching, membro da Sociedade Brasileira de Coaching com formação e certificação internacional reconhecida pela Graduate School of Master Coaches e Institute Coaching Council (ICC). Graduada em História e Pedagogia e pós-graduada em Didática, Tecnologias Aplicadas à Educação e Psicodrama pela PUC. Consultora Associada da Acerplan – Prêmio TOP Educação 2016 e 2017, Diretora do Instituto Tânia Queiroz – Desenvolvimento Humano, Assessora Geral Pedagógica e Administrativa & Marketing  de vários colégios. Escritora, palestrante, facilitadora em workshops e instrutora de treinamento em Gestão, Atendimento, Liderança e Motivação. Sua missão é garantir que os mantenedores e gestores realizem uma gestão de qualidade. Seu trabalho é focado no aperfeiçoamento das habilidades e competências socioemocionais e relacionais do ser humano, com técnicas avançadas de coaching e alfabetização emocional, PNL,  para que seja possível reencantar o universo  profissional e pessoal, elevando os seus níveis de satisfação, realização, harmonia, equilíbrio, empoderamento,  plenitude e felicidade. É autora de várias obras pedagógicas para professores, obras para o universo infantil e adulto, pelas Editoras: Évora, Gente, Rideel, Stimma, Maranta, Ibep-Nacional, Editora Escolar, Editora Didática Paulista.

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