Avaliação do desenvolvimento da aprendizagem

A avaliação faz parte do processo de ensino e aprendizagem há muito tempo. Embora usada ao longo do tempo como mecanismo de classificação, segmentação e organização do ensino (Luckesi, 1995), o papel dela, hoje, passou por significativas mudanças. Dizer que a avaliação é parte e não fim do processo é sempre importante. Logo, em tempos de aprendizagem a distância, é importante que o professor ou a professora não abram mão deste recurso que traz dados e evidências para a continuidade e/ou replanejamento e reorientação das práticas pedagógicas.

No movimento de inovação educacional que ocorre nas últimas décadas, a tecnologia assumiu papel importante para aproximar o processo de ensino e aprendizagem do(a) estudante do século XXI. Com linguagem e forma mais próximas das experiências, necessidades e visão de mundo desses estudantes, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) vieram para potencializar e facilitar o trabalho docente. Neste sentido, o ensino híbrido se torna cada vez mais relevante para as escolas, e a renovação de um modelo tradicional de ensino começa a ser revisado para abrir caminho a uma aprendizagem mais significativa e conectada com os(as) estudantes nativos digitais. Todo este contexto se fortalece neste momento de distanciamento e isolamento social provocado pelo coronavírus. 

Este texto é uma adaptação de um dos capítulos do material “Avaliação com o Geekie One”, elaborado em parceria com Carolina Brant e João Victor Rosa, designers pedagógicos do Geekie One.

A avaliação do desenvolvimento da aprendizagem é aquela feita a partir das evidências coletadas durante o processo educativo que possibilitam uma análise da evolução da aprendizagem do(a) aluno(a) e direcionam a ação docente. Essa avaliação é importante para verificar o esforço e o progresso do(a) estudante durante as aulas. 

Esse tipo específico de avaliação concentra-se no progresso da aprendizagem de nossos(as) alunos(as). Por meio dela, o professor ou a professora devem fornecer devolutivas claras e orientadas ao objetivo que os(as) estimula a tomar as ações necessárias para desenvolver a sua compreensão e também a monitorar seu crescimento. Quando documentamos o aprendizado dos(as) estudantes por meio da avaliação formativa, focamos no próprio processo de aprendizado, capturando os eventos, as perguntas, as conversas e os atos que promovem o aprendizado ao longo do tempo (Ritchhart, Creating Cultures of Thinking, 2015).

Os dois principais benefícios do uso da avaliação do desenvolvimento da aprendizagem são:

Saiba mais: Avaliação formativa: mais do que um instrumento, uma concepção.

Em relação à aprendizagem a distância, o conceito de avaliação do desenvolvimento da aprendizagem permanece o mesmo. No entanto, de que forma ela é aplicada pode diferir, pois evidências como a leitura dos registros nos cadernos não são mais viáveis. Além disso, como muitos momentos são assíncronos, o professor ou a professora precisam de apoio de ferramentas para manter o acompanhamento dos trabalhos dos(as) estudantes.

Essa é uma maneira eficiente de identificar como está a participação da turma, quais alunos(as) estão atendendo às expectativas das atividades e para quais o(a) docente precisa direcionar ações específicas. Ela pode ser feita por meio de aplicativos e sites que forneçam um relatório final com todos os dados das turmas e estudantes. Uma opção de ferramenta, por exemplo, é o Google Forms. Nele, docentes podem elaborar um formulário com as questões alternativas e enviar aos(às) estudantes. Assim que a atividade for concluída, o professor ou a professora têm acesso ao número de acertos e alternativas mais usadas nas respostas por meio da aba “Repostas” – esta aba apresenta gráficos que facilitam a visualização por questão e também permite uma visualização de cada indivíduo.

Outra possibilidade é o uso das atividades para a sala de aula ou para a casa do Geekie One. Como uma solução educacional completa, o Geekie One disponibiliza questões exclusivas para professores usarem como avaliações formativas e permite também o acompanhamento dos resultados por meio dos relatórios de entregas.

O professor ou a professora podem acompanhar também o desempenho geral da turma analisando o percentual de acerto e erro em cada uma das questões. 

O professor ou a professora podem analisar o desempenho de cada estudante nas atividades propostas. Com essas informações, os(as) docentes conseguem verificar quais questões o(a) estudante acertou e errou para fazer ajustes na forma como o conteúdo foi ensinado. Assim, o(a) educador(a) pode replanejar suas aulas a partir da seleção de práticas de ensino que melhor se encaixam no contexto de aprendizagem. A avaliação formativa permite, portanto, atender às necessidades da turma ou de grupos específicos de estudantes com dados e evidências, levando o processo de ensino e aprendizagem para o nível de personalização mais adequado para cada momento e cada estudante.

Neste momento de aulas a distância, é importante que professores e professoras criem momentos síncronos e assíncronos para o processo de ensino e aprendizagem. Mesclar esses momentos conectados com os off-line e individuais dos estudantes é importante para não cansar o discente e permitir que ele ou ela exerçam a autonomia em seu aprendizado. 

Os capítulos do Geekie One foram desenvolvidos para facilitar a atuação docente. Por isso, várias seções têm como objetivo fornecer evidências para o acompanhamento. Essas seções podem ser categorizadas em dois grupos: práticas ativas e exercícios de sala.

As práticas ativas fornecem oportunidades de aprendizagem em que cada estudante é desafiado(a) sobre partes específicas do conteúdo. Essas práticas capacitam os(as) alunos(as) a participarem ativamente de sua aprendizagem na construção do conhecimento, estimulados(as) a desenvolver competências e habilidades cognitivas e socioemocionais. 

As práticas ativas podem ser utilizadas para evidenciar a evolução da aprendizagem direcionando discussões nos momentos de encontros síncronos, via Hangouts Meet, como também orientando a prática em momentos assíncronos, cuja apresentação final ou resultados de pesquisas podem ser levados aos momentos síncronos. Nestes, essas práticas oferecem a oportunidade de aumentar o engajamento dos(as) estudantes durante a videoconferência. Desta forma, o aluno e a aluna são incentivados a expressar seu processo de pensamento e, indiretamente, fornecer evidências aos professores e professoras sobre quais são os conhecimentos prévios sobre o tema da aula ou o nível de entendimento dos conteúdos e conceitos apresentados ao longo do momento síncrono.

No Geekie One, há algumas seções que trabalham práticas ativas como: “Mão na massa”, “Explorando”, “Investigando” e “Expressando ideias”. Veja a seguir o exemplo da prática “Explorando” (Arte, 9º) que contempla a rotina de pensamento Ver-Pensar-Perguntar:

Leia também: Geekie One a distância: como garantir a melhor experiência de aprendizagem em tempos de COVID-19

Questões disponíveis ao longo dos capítulos de materiais didáticos também podem gerar evidências de aprendizagem para o professor ou a professora. Embora o contexto de aprendizagem a distância dificulte a visualização do desenvolvimento desses exercícios, professores(as) podem aproveitar os momentos síncronos para tirar as dúvidas mais pontuais da turma.

No Geekie One, a seção “Agora é com você” traz exercícios e atividades para a turma praticar e consolidar seus conhecimentos ao longo do capítulo. Essas atividades foram pensadas e posicionadas para que o(a) docente tenha evidências do aprendizado em momentos específicos ao longo do processo de aprendizagem, ou seja, o(a) professor(a) podem usá-las como forma de acompanhamento da sua turma. Por isso, as resoluções ficam ocultas para a turma enquanto o capítulo estiver em andamento. Ao finalizar o capítulo, as resoluções são abertas para cada estudante. Apesar de essas questões específicas não gerarem o mesmo relatório de desempenho da turma e individual, o(a) docente ainda pode recorrer à elaboração de atividades para sala ou para a casa, como as apresentadas acima.

Estudantes podem registrar e compartilhar suas ideias por meio de vários aplicativos de armazenamento em nuvem, como Google Drive e OneDrive (veja os exemplos a seguir), além de outros aplicativos como Hangouts Meet, Mentimeter, Padlet ou Post-it, que facilitam a documentação de ideias da turma durante momentos de aprendizagem (síncronos e/ou assíncronos) individuais ou colaborativos. 

Além disso, o professor ou a professora podem criar um arquivo compartilhado (usando um ou alguns dos aplicativos mencionados acima) para que estudantes possam registrar suas ideias em resposta a uma prática ativa ou a um exercício de sala do capítulo Geekie One. 

O Google Doc ou Documentos, similar ao Word do Microsoft Office, pode ser usado para que mais de um(a) estudante trabalhe em um arquivo ao mesmo tempo. Com essa ferramenta, o(a) docente pode ver as edições à medida que os(as) discentes digitam por meio da sinalização do nome de cada indivíduo no cursor de texto do documento. O Google Docs também permite que estudantes e professores(as) se comuniquem pelo bate-papo integrado da ferramenta.

Já o Google Drive é o serviço de armazenamento e sincronização de arquivos na nuvem. Nele é possível armazenar fotos, projetos, desenhos, gravações, vídeos e qualquer outro arquivo. Também é possível convidar outras pessoas para visualizar, fazer o download e editar qualquer arquivo, sem anexos de e-mail. Esta ferramenta pode ser um importante recurso para a criação de um portfólio digital da turma ou de cada estudante por meio da criação de pastas que armazenam todas essas colaborações.

Por fim, outro recurso relevante do Google para este momento é o Google Apresentações. Além de ser uma ferramenta útil para o professor ou a professora organizar suas aulas para as turmas, os alunos e as alunas também podem desenvolver sínteses, resumos, listas e outras atividades que mesclem diversos recursos de linguagem (como texto, fotos, gifs e vídeos). Portanto, Apresentações pode tanto ser uma maneira de uma turma compartilhar o resultado de uma atividade proposta pelo(a) docente como pode ser uma forma de organizar o portfólio digital de aprendizagem de cada estudante ao longo deste período de aulas remotas.

* Claire Arcenas é apaixonada pela pesquisa realizada pelo Projeto Zero na Harvard Graduate School of Education (EUA). Ela integra-a ativamente em suas práticas de ensino, construindo, assim, uma cultura de pensamento que aprimora o ensino e o aprendizado. Lecionou internacionalmente por 16 anos, trabalhando e vivendo na Guatemala, Zâmbia e Brasil. Mais recentemente, foi professora da Graded American School de São Paulo. Durante seus 5 anos na Graded, ensinou Educação Física e Educação em Saúde.  É mestre em Educação pela Framingham State College (EUA) e bacharel em Educação pela Universidade de Toronto (Canadá). É também formada em Artes em Espanhol, em Ciências e em Educação Física e Educação em Saúde pela Queen’s University, em Kingston, Ontário (Canadá). Claire é uma Educadora da IB (International Baccalaureate) e, desde 2009, lidera e facilita workshops pedagógicos para o Primary Years Programme. Atualmente, trabalha como designer pedagógica na Geekie.

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