O ano letivo de 2025 chegou com a novidade da restrição do uso do celular na escola. A lei que entrou em vigor em janeiro tem o objetivo de contribuir para a saúde mental e a concentração dos estudantes.
Já é possível perceber os impactos positivos de uma nova forma de conviver com o celular na escola: estudantes que participam mais das aulas, interagem entre si e buscam atividades diversificadas durante os intervalos.
Além disso, a lei não proíbe totalmente o uso do celular na escola. É permitida a utilização do aparelho, com a autorização do professor, em situações pedagógicas, de emergência ou em casos de acessibilidade e saúde.
Assim, equilibrar o uso da ferramenta de maneira educativa e criativa é um desafio não só para professores, como para toda a comunidade escolar. Por isso, vamos juntos, pensar em estratégias de uso do celular na escola com responsabilidade e intencionalidade pedagógica?
Quando o celular na escola é um aliado
Com planejamento, propósito educativo e sob orientação dos professores, o celular pode se transformar em uma poderosa ferramenta de aprendizagem.
O caminho, portanto, é trabalhar o uso consciente, ético e produtivo das tecnologias. Isso se alinha às competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que destaca a importância de os estudantes desenvolverem a cultura digital, o pensamento crítico e a responsabilidade no uso das tecnologias.
Quando integrado de forma estratégica às práticas pedagógicas, o celular pode:
- Estimular a autonomia dos estudantes;
- Facilitar pesquisas rápidas;
- Tornar as aulas mais dinâmicas e interativas;
- Favorecer metodologias ativas, como aprendizagem baseada em projetos e sala de aula invertida;
- Desenvolver competências digitais;
- Aproximar os conteúdos escolares da realidade dos estudantes.
3 ideias para usar o celular na escola de forma educativa
1. Realidade aumentada na sala de aula
Com aplicativos de realidade aumentada, os estudantes usam a câmera do celular para visualizar elementos digitais sobrepostos ao mundo real. Isso permite, por exemplo, explorar o sistema solar em 3D, ver o corpo humano em camadas, ou até visualizar dinossauros em tamanho real na sala de aula.
O uso da realidade aumentada torna os conteúdos abstratos mais concretos e visuais, aproximando-os dos estudantes. Essa prática também aumenta o engajamento e a curiosidade, favorecendo o aprendizado ativo e a experimentação.
Ferramentas que você pode usar:
- Visitas virtuais do Geekie One: a partir das páginas dos livros, explore locais com a turma;
- Merge Cube + aplicativos de realidade aumentada: permite segurar objetos digitais nas mãos, como células, planetas e estruturas moleculares;
- Google Expeditions: possibilita visitas virtuais guiadas e experiências em realidade aumentada;
Dicas de uso:
- Ciências e Biologia: visualizar órgãos, células ou sistemas do corpo humano;
- Geografia: explorar mapas topográficos e estruturas geográficas em 3D;
- História: interagir com artefatos históricos ou simulações de antigas civilizações;
- Astronomia: observar o sistema solar e entender a dinâmica dos planetas.
2. Quiz interativo em tempo real
Os estudantes podem usar seus celulares para participar de quizzes ao vivo, respondendo a perguntas sobre os conteúdos trabalhados. As plataformas geram ranking, pontuação e feedback imediato, deixando a aula mais dinâmica e competitiva, de forma saudável.
Esse tipo de atividade torna o processo de aprendizagem mais leve e envolvente, além de permitir que o professor avalie rapidamente o entendimento da turma, esclarecendo dúvidas e aprofundando conteúdos que gerem mais dificuldade. Outro benefício pedagógico é o estímulo à participação de todos, inclusive dos mais tímidos.
Ferramentas que você pode usar:
- Kahoot: permite criar quizzes interativos, com ranking em tempo real;
- Quizizz: além de quizzes, permite tarefas para casa com gamificação;
- Mentimeter: para enquetes, perguntas abertas e quizzes.
Dicas de uso:
- Revisão para prova: ao invés da revisão tradicional, faça um jogo de perguntas e respostas;
- Introdução da aula: comece as atividades aplicando um quiz leve e divertido sobre temas culturais ou atuais;
- Avaliação formativa: ao final de uma sequência de aulas, o quiz ajuda o professor a identificar quais pontos foram bem compreendidos e quais precisam de reforço.
3. Diário Digital de Aprendizagem
Os estudantes usam o celular para criar um Diário Digital de Aprendizagem, no qual registram, ao longo do período determinado, suas descobertas, dúvidas, reflexões e avanços. Isso pode ser feito por meio de vídeos, áudios, fotos, textos ou apresentações multimídia.
A proposta fortalece a habilidade de se expressar, seja de forma oral, escrita ou multimodal, e tem o objetivo de estimular a autonomia e o protagonismo do aluno, desenvolvendo a capacidade de autoavaliação e metacognição (pensar sobre como se aprende).
Além do mais, o resultado é um portfólio de aprendizagem, que pode ser compartilhado com os professores e a família.
Ferramentas que você pode usar:
- Google Drive, OneDrive ou Dropbox: para armazenar os arquivos;
- Canva: para criar apresentações visuais;
- Flip (antigo Flipgrid): plataforma onde é possível gravar e compartilhar vídeos em ambiente seguro.
Dicas de uso:
Ao final de cada projeto, aula ou unidade, os estudantes gravam um vídeo ou áudio refletindo sobre o que aprenderam, quais foram os maiores desafios, o que gostariam de aprofundar e como esse conhecimento pode ser aplicado na vida real.
Também pode ser oferecida a eles a alternativa de criar apresentações, com registros de textos, fotos e links.
Cuidados para o uso do celular na escola
Seja com essas ou outras inúmeras possibilidades, é fundamental estabelecer regras claras e combinados prévios com os estudantes. O uso do celular na escola deve acontecer apenas quando autorizado pelo professor e dentro dos objetivos propostos.
Além disso, é importante dialogar com as famílias, explicando como o dispositivo será utilizado de forma pedagógica, para evitar mal-entendidos e garantir o apoio dos responsáveis.
O desenvolvimento de uma cultura digital responsável também passa por:
- Falar sobre ética no uso da internet;
- Alertar sobre os riscos do compartilhamento de informações pessoais;
- Combater o cyberbullying e a desinformação;
- Promover o respeito nas interações on-line e off-line.
Recursos pedagógicos na palma da mão
A discussão sobre o uso do celular na escola é muito necessária. Por um lado, há os desafios relacionados à distração, à exposição excessiva às telas, ao cyberbullying e à dependência digital.
Por outro, não dá para ignorar que estamos formando crianças e adolescentes que são nativos digitais, ou seja, que já crescem rodeados de tecnologia. Assim, são os educadores que devem fazer a diferença nessa balança, colocando a tecnologia a serviço da aprendizagem, de forma planejada, criativa e consciente.
O desafio das escolas hoje é formar estudantes capazes de usar a tecnologia de forma crítica, ética e produtiva, preparando-os para os desafios do presente e do futuro. Para isso, conte com a Geekie!
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