O que é necessário saber para ser um bom professor?

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Bom professor

Você já se perguntou o que define um bom professor? A educadora Claudia Zuppini explica a função do professor na atual sociedade – e como ser um bom professor.

Ao tentarmos definir quais “saberes” um professor ou uma professora deve ter para ser um “bom professor” ou uma “boa professora”, podemos começar nos perguntando primeiramente de qual docente estamos falando e, logo em seguida, sobre ser “bom” para atender a quais exigências educacionais?

Definir qual o conhecimento de maior valor para a formação docente é uma escolha ideológica e política, a educação não é neutra, e o(a) professor(a) está envolvido em um ato político, estando ele ciente ou não disso (Michael W. Apple, 2006).

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O professor e a professora estão inseridos(as) em uma sociedade de múltiplas exigências simultâneas, de grande avanço tecnológico e de fácil acessibilidade à informação. Portanto, este(a) docente não é mais o detentor (a) da informação. Essas informações estão presentes de maneira nunca vista na história da humanidade nos celulares, na televisão, no rádio e em uma simples busca pela internet.

Os fatos contemporâneos ligados aos avanços científicos e tecnológicos, à globalização da sociedade, à mudança dos processos de produção e suas consequências na educação, trazem novas exigências à formação de professores, agregadas às que já se punham até este momento (LIBÂNEO, 2010, p.76).

Então, o professor não é mais necessário para esta sociedade?

O(A) professor(a) é cada vez mais necessário, pois ele(a) possui um papel importante para mediar as informações abundantes que são oferecidas a todos e todas, no sentido de diferenciar o imprescindível do prescindível, o prioritário do secundário e o relevante do irrelevante (Carbonell, 2002). Ele(a) precisa dar sentido e propiciar conexão entre as informações, para que elas se transformem em conhecimento.

O bom professor e a boa professora a quem me refiro é aquele e aquela que será o(a) mediador(a) entre a informação e a capacidade de transformá-la em conhecimento, isto é, ser um(a) profissional que seja capaz de conduzir seus alunos e suas alunas na busca da produção de conhecimento no vasto mundo de informação no qual vivemos nos dias de hoje.

Para isso, este(a) profissional precisa entender a necessidade da formação continuada como uma questão imprescindível. As novas exigências do nosso século geram a necessidade de que o professor se forme continuamente.

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O bom professor e uma boa professora precisa ter uma prática reflexiva para ser capaz de aprimorar seus planejamentos, seu entendimento do contexto no qual está inserido, compreender o seu aluno e sua aluna e, principalmente, ser capaz de ensiná-lo(a) a fazer mais perguntas do que apenas dar respostas prontas e acabadas como se a realidade fosse imóvel, estimulando os alunos a pensarem, tratando o conteúdo não como verdade acabada, mas questionando-o.

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O professor e a professora precisa ser autônomo(a), sendo capaz de dominar o conteúdo a ser apresentado, escolhendo estratégias e metodologias variadas. Também deve acompanhar o desenvolvimento dos(as) estudantes, acreditando no potencial de aprendizagem de todos eles e elas.

Essencialmente, ele e ela devem demonstrar o prazer por aprender e por ensinar. Afinal, somos nós, professores e professoras, os(as) maiores interessados(as) na valorização da nossa profissão. Temos que demonstrar para todos(as) o quão importante ela é para uma sociedade, e só conseguiremos fazer isso demonstrando toda paixão inerente do ato de exercê-la.

Você quer conhecer mais sobre o assunto? Leia mais sobre o tema na literatura sugerida:

  • CARBONELL, Jaume. A aventura de inovar: a mudança na escola. Porto Alegre: Artmed, 2002.
  • LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor. Adeus professora: novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2010 (Coleção questões da nossa época; v.2)  
  • SACRISTAN, Gimeno. O Currículo, uma reflexão sobre a prática. Artmed: Porto Alegre, 2000. 

* Claudia Zuppini Dalcorso, doutora e mestre em Educação pela PUC-SP é formada em Pedagogia com especialização em Ensino Fundamental pela FEUSP/USP e em Gestão Escolar pela UFABC. Tem 27 anos de experiência em educação como professora de Educação Infantil, Ensino Fundamental e diretora de escola. Atuou na assessoria de planejamento na Secretaria de Educação de Diadema, como consultora educacional em vários projetos voltados para gestão escolar e formação de professores em parceria com a Fundação Lemann, o Conselho Britânico, Microsoft e o Instituto Crescer. Foi professora no curso de pós-graduação para gestores escolares na Universidade Anhembi-Morumbi e no programa Parfor pela PUC/SP. Foi premiada em 2007 com o Prêmio Escola Nota 10, concedido pela Fundação Victor Civita. É Conselheira Consultiva da Associação Nova Escola e integrante do Programa Talentos da Educação da Fundação Lemann. Produz artigos para blogs, revistas e livros de educação. Sócia-fundadora da Elos Educacional e atua na direção de programas de formação de professores e gestores.

Texto originalmente publicado em 4 de setembro de 2017 e atualizado em 1º de setembro de 2020.

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