Algumas ações e atividades simples disseminadas entre o corpo docente podem auxiliar na fidelização de estudantes. Pesquisas apontam que famílias priorizam o cuidado e a atenção pessoal com seus filhos e filhas. Logo, prezar por essa relação é fundamental para um ambiente saudável e para fidelizar estudantes e famílias.
É inegável que excelência acadêmica – resultado da proposta pedagógica, do método, dos recursos educacionais e do corpo pedagógico – são a base de qualquer instituição de ensino de qualidade. Mas é igualmente irrefutável que o relacionamento, a qualidade do vínculo e a experiência que estudantes (ou suas famílias), vivenciam no dia-a-dia da escola, determinam a sua fidelização.
Pesquisas como a do ClassApp revelam que entre os aspectos que as famílias mais valorizam em uma escola estão o “cuidado e atenção pessoal com seus filhos” e “relacionamento próximo e participativo com pais e alunos” (1ªe 3ª posição, respectivamente).
Entre os diversos fatores que influenciam o envolvimento do aluno e da aluna com a escola, como já citei em um texto anterior – a forma de ensinar do professor e conquistar engajamento, o respeito ao aluno e sua forma de aprender, o conhecimento e a compreensão do aluno e o relacionamento do professor com o aluno -, vou me concentrar neste último.
Todos nós tivemos professores e/ou professoras que nos marcaram e conquistaram nosso interesse e nosso coração. Este impacto no aluno e na aluna resulta de uma composição entre didática e relacionamento pessoal entre docentes e discentes. Ambos interferem e impactam favoravelmente o aprendizado: a didática facilita a compreensão, mas o relacionamento abre o canal com o aluno e a aluna e o/a predispõe a aprender.
Mary Davenport, uma professora de Denver que hoje leciona no Brasil, nos traz algumas dicas valiosas para esta aproximação:
1. Dê as boas-vindas na porta, com uma calorosa saudação
Ao invés de esperar os e as estudantes dentro da sala, vá até eles e elas. Este movimento faz toda a diferença! Prepare-se desde o início para saber o máximo possível de nomes e já tratá-los de forma pessoal.
Em atendimento, afirmamos que o importante é atender não como nós gostaríamos de ser atendidos, mas como cada um prefere e precisa ser atendido. No relacionamento de sala de aula não é diferente.
Aqui encontramos um ótimo exemplo de uma professora americana recebendo seus alunos.
Ela define um “cardápio” de interações e cada aluno e aluna escolhe a forma que quer ser recebido.
2. Procure entender as situações existentes e os “modelos de sucesso” para seus alunos.
Faça um levantamento, identificando:
- “Quem foi um professor que marcou você positivamente e o que ele faz para isso?
- “Existe algum conflito na sala que seja importante eu saber”?
3. Aproxime-se e busque conhecê-los
Circule entre eles e elas, se apresente – da forma que sentir que gera mais conexão com cada um e uma – não esquecendo a importância do contato visual, pergunte o nome e a forma como cada um e uma prefere ser chamado ou chamada. Tenha certeza de pronunciar da forma correta o nome. Se não tiver certeza, não hesite em perguntar a ele ou a ela, mas não erre daí por diante. Sabemos que o que um ser humano mais gosta de ouvir é seu próprio nome (e corretamente!) e erros relacionados a nomes podem gerar situações constrangedoras com outros e outras estudantes.
4. Pedir que encontrem e compartilhem um item específico
Pode ser um livro, uma citação, uma música, um poema, um desenho animado ou um objeto que diga algo importante sobre quem eles são. Para alunos maiores, modifique o conteúdo, mas atenha-se à ideia.
5. Usar os círculos e interações
Usar círculos como forma de compartilhamento do que escreveram, construir conexões, estabelecer normas, identificar e abordar necessidades individuais ou comunitárias.
Algumas perguntas que ajudam a definir regras para a sala de aula, a partir da perspectiva e necessidades de cada um:
- O que você precisa deste grupo para ser bem-sucedido(a) e seguro(a)?
- E o que você oferecerá a esse grupo para criar esse ambiente bem-sucedido e seguro?
E nas suas turmas? Quais as práticas que você adota para ampliar a conexão com seus alunos?
Confira mais informações no Blog de Mary Davenport.
* Lais Bisordi Exel é palestrante e Consultora de Cultura, Gestão de Atendimento e Inovação, especialista em Instituições de Ensino na Ponto de Referência.
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