Ensino híbrido: como possibilitar a personalização e o avanço da aprendizagem?

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Circuito Geekie_ Personalização e Ensino Híbrido_ capa InfoGeekie

A combinação de experiências online e offline para favorecer o processo educativo foi o tema do último encontro do Circuito Geekie, em 17 de junho

No contexto da pandemia e das aulas remotas, o ensino híbrido tem sido uma das estratégias mais utilizadas pelas escolas. A combinação de experiências online e offline e a inserção de ferramentas digitais no ambiente escolar permitem coletar dados e evidências de aprendizagem, possibilitando uma maior personalização do ensino e, consequentemente, o avanço na educação.

Essa foi a premissa da formação “Personalização e ensino híbrido: como é possível impulsionar a aprendizagem sem custos adicionais para a escola”, ministrada por Christie Sototuka, designer pedagógica da Geekie, em 17 de junho. O evento foi o último de sete encontros online do Circuito Geekie que, durante três meses, trouxe novos conteúdos e práticas para auxiliar educadores(as), coordenadores(as) e gestores(as) a atuar nesta nova era da educação, que demanda abordagens mais ativas, personalizadas, visíveis e conectadas.

Conceito de Ensino Híbrido e seus benefícios

Ao iniciar a formação, Christie explicou que o conceito de ensino híbrido vai muito além da presença de recursos tecnológicos na sala de aula ou durante a aula. Há vários modelos possíveis, mas todos precisam ter, pelo menos, três características essenciais:

  • um componente online, com o(a) estudante tendo autonomia para escolher caminhos e formas de aprender;
  • um componente presencial, que inclui a supervisão ou a mentoria de professores(as);
  • a integração desses dois momentos, online e presencial, utilizando inteligência de dados para alcançar a personalização.

“Os momentos de aprendizagem no ensino híbrido precisam ser integrados. Eles não podem ser independentes e nem consistir na realização das mesmas atividades nos dois formatos. “Eles devem ser complementares e fazer parte de um todo, de um planejamento”, afirmou.

Dessa forma, de acordo com ela, entre os benefícios do ensino híbrido estão:

Circuito Geekie_ Personalização e Ensino Híbrido_ benefícios do ensino híbrido: personalização, conectividade, criatividade e autonomia.

Benefício 1: Personalização do ensino

O uso de recursos digitais gera dados e informações. Quando o(a) professor(a) coleta evidências de aprendizagem e analisa esses dados, ele(a) começa a ter informações sobre as necessidades e as dificuldades dos(as) alunos(as), o que possibilita intervenções pedagógicas mais assertivas.

Benefício 2: Conectividade entre os(as) estudantes

A conectividade diz respeito à experiência de aprender em colaboração com os pares, desenvolvendo habilidades sociais como capacidade de comunicação e argumentação, escuta ativa e empatia para a troca de ideias.

“Além da formação cultural e do acesso ao conhecimento, a escola também é um grande espaço social onde os(as) alunos(as) fazem amizades e têm interesse de estar com seus pares e dialogar com eles”, comentou a especialista.

Benefício 3: Estímulo à criatividade

O ensino híbrido favorece a criatividade, à medida que o(a) estudante tem a oportunidade de construir compreensões relevantes, se expressar e resolver problemas com criticidade em diferentes atividades. Isso acontece, por exemplo, quando o(a) professor(a) permite que o(a) aluno(a) construa o seu raciocínio e escolha a forma de pesquisa e de apresentação do trabalho.

Benefício 4: Desenvolvimento da autonomia

A possibilidade de ter feedbacks mais constantes, tanto para o(a) professor(a) acompanhar o desenvolvimento do(a) aluno(a), como para o(a) próprio(a) estudante ver a sua progressão, leva o(a) jovem a ser mais ativo(a) em sua aprendizagem. 

“Se o(a) professor(a) utiliza uma atividade que tem uma rubrica, o(a) estudante, ao se autoavaliar, avaliar o trabalho de um(a) colega ou receber feedback, ele(a) consegue saber se está dentro do esperado, em que poderia melhorar ou, se já domina o assunto, como pode ir além e dar o próximo passo”, pontuou Christie.

Um aspecto relevante, segundo ela, é que a estrutura de ensino híbrido precisa de uma mudança de pensamento, tanto do(a) professor(a) quanto do(a) estudante. Muitas vezes, o(a) docente não estará mais à frente da aprendizagem, mas promovendo momentos para desenvolver a conectividade, a criatividade e a autonomia dos(as) estudantes, para que eles(as) aprendam por si e aprendam a aprender. Isso envolve uma mudança de postura dos(as) alunos(as) também.

“Esse processo não está dado, mas é uma construção. É o desenvolvimento de uma cultura em que o(a) estudante será capaz de ir em busca do conhecimento, o que inclui a ideia de ser um(a) eterno(a) aprendente, ou seja, aprender coisas novas sempre, ao longo de toda a vida.” 

Flexibilidade do Ensino Híbrido permite a adequação à realidade de cada escola

Entre as diversas possibilidades de ensino híbrido, Christie salientou que algumas são mais disruptivas, o que significa que necessitam de mudanças mais profundas na estrutura da escola, como alterações no espaço e na forma de distribuir os(as) professores(as) e a carga horária. Por outro lado, outros modelos não exigem transformações tão radicais e, por isso, são bons caminhos para as escolas começarem a experimentar a prática. Entre eles estão a sala de aula invertida, o laboratório rotacional e a rotação por estações.

Rotação por estações

Circuito Geekie_ Personalização e Ensino Híbrido_ fases da rotação por estações: individual, colaborativa e diretiva.

Nessa forma de ensino híbrido, a turma é dividida em três grupos, que vão rotacionar por, no mínimo, três estações de trabalho:

  • uma estação individual, em que os(as) alunos(as) seguem orientações dos(as) professores(as) na realização de atividades, como ler um texto ou assistir uma videoaula;
  • estação diretiva, onde o(a) docente trabalha com um grupo menor de estudantes, em atividades como aula expositiva, plantão de dúvidas e feedback de trabalhos;
  • estação colaborativa, em que os(as) alunos(as) desenvolvem atividades em grupo, como projetos e resolução para desafios e problemas.

“A rotação por estações tem um elemento de proximidade do(a) docente com os(as) alunos(as), o que traz segurança. Na estação diretiva, por exemplo, o(a) professor(a) consegue direcionar as instruções para pequenos grupos, então o seu papel de estar um pouco mais à frente do processo de ensino e aprendizagem ainda acontece”, comenta Christie.

Além dessa vantagem, ela também elencou:

  • a possibilidade de iniciar a prática por disciplinas específicas, para que os(as) estudantes comecem a se habituar com o modelo;
  • o fato de não ser preciso ter um dispositivo por aluno(a), pois os equipamentos vão ser usados em grupo, dispensando a necessidade de a escola fazer um grande investimento em tecnologia.

De acordo com a especialista, essas atividades podem acontecer presencialmente ou virtualmente. No ensino remoto, a estação individual pode ocorrer com os(as) estudantes em casa, no modo assíncrono, enquanto as estações diretiva e colaborativa podem seguir por meio de plataformas digitais, como Zoom e Meets, que permitem a divisão da turma em salas específicas, ou ferramentas colaborativas, como Padlet e Jamboard. 

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Ensino híbrido e personalização com o Geekie One

Christie mostrou como o ensino híbrido e a personalização podem ser potencializados com o Geekie One, a plataforma de educação baseada em dados da Geekie. Ao montar uma lista de exercícios, dissertativos ou de múltipla escolha, por exemplo, o(a) professor(a) vai ter, ao final da aplicação, um relatório com o desempenho dos(as) estudantes como um todo, individualmente e por questão, o que permite um melhor diagnóstico e planejamento.

“Ele(a) terá uma forma sistematizada de olhar como foi o desempenho dos(as) alunos(as), os padrões de resposta, quais questões geraram mais dúvidas e as dificuldades e diferenças nas habilidades e aprendizagens dos(as) estudantes.” 

Com isso, ele(a) pode direcionar melhor o trabalho na rotação por estações, por exemplo. “Se ele fizer uma atividade diagnóstica antes de organizar o trabalho, esses relatórios vão ajudar a agrupar com intencionalidade pedagógica os(as) estudantes de cada grupo. E, na estação diretiva, o(a) professor(a) já saberá quais as necessidades ou dificuldades que aquele conjunto de alunos(as) tem e o que é preciso trabalhar com cada grupo.”

A especialista também destacou como diferentes recursos do Geekie One podem apoiar cada uma das etapas da rotação por estações:

Estação individual

O trabalho na estação individual dá a oportunidade para o(a) professor(a) de fazer propostas de acordo com a velocidade e ritmo de compreensão de cada estudante, pois ele(a) pode coletar e sistematizar dados e evidências da aprendizagem para entender onde houve avanços, o que gerou dúvidas e o que precisa ser retomado para ajudar na personalização. Ao fazer uma lista de exercícios, por exemplo, o(a) professor(a) pode selecionar um conjunto de exercícios para um determinado grupo de estudantes. 

Outra possibilidade é incluir nos roteiros de estudo elementos dos capítulos do Geekie One e materiais autorais, como uma apresentação em slides, uma videoaula ou um podcast. 

A personalização também acontece quando os(as) estudantes geram, por meio do Geekie One, seus Planos de Estudos Personalizados. O plano considera a participação e o desempenho do(a) estudante nas listas de exercícios enviadas pelo(a) professor(a) e analisa esses dados para entender quais conteúdos aquele(a) aluno(a) não domina, o que precisa reforçar e em que pode ser desafiado(a).

Com base nesses dados, é proposto um plano de estudo para cada dia da semana. Pode ser um texto, uma videoaula ou exercícios. O plano também é dividido em estudo básico, para consolidar as aprendizagens, e para ir além, para que ele(a) possa se desafiar.

Estação diretiva

Nas aulas expositivas dialogadas na estação diretiva, o(a) professor(a) pode contar com o apoio dos conteúdos e capítulos do Geekie One, que são hiperatualizados – por exemplo, com notícias sobre a covid-19 e a vacinação. Também há ferramentas para que ele(a) faça comentários nos trabalhos dos(as) estudantes e direcione conteúdos específicos. 

Estação colaborativa

Para o momento em que os(as) alunos(as) vão aprender em pares e realizar projetos em grupos, o Geekie One tem uma ferramenta para trabalhos colaborativos, pensando na autoria do(a) docente, que pode criar seu próprio roteiro. 

“O(a) professor(a) pode trazer os objetivos de aprendizagem, orientações claras do que os(as) alunos(as) devem fazer, os materiais para execução e os critérios avaliativos. Ou seja, ele mostra o que os(as) estudantes devem aprender, com orientações do que devem fazer e como serão avaliados(as)”, ressaltou Christie.

“Ao receber as instruções do(a) professor(a), o(a) estudante pode responder na própria plataforma e anexar vídeos, links para documentos e fotos. E o(a) docente dá a devolutiva, faz comentários e atribui notas na mesma plataforma”, completou.

Repensar os papéis de docentes e estudantes

Ao finalizar a formação, a especialista reforçou que, ao utilizar o ensino híbrido e o Geekie One, as escolas somam esses recursos às práticas já realizadas, planejam ações com intencionalidade pedagógica, personalizam a instrução e desenvolvem habilidades importantes nos(as) alunos(as), como a autonomia e o aprender a aprender. 

“É um processo de construção de uma cultura que tem a ver com repensar os papéis de estudantes e docentes. Se queremos que os(as) alunos(as) sejam autônomos, proativos e criativos, precisamos abrir espaço para eles(as) se desenvolverem, incorporarem esses pensamentos e essas práticas e levarem isso para suas vidas.”

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