Confira o passo a passo que pode ajudar na prevenção e no combate ao bullying em sua escola. E-book produzido pela Geekie também ajuda pais, mães e responsáveis a entenderem como o bullying ocorre.
Intimidar, ameaçar. Essa é a livre tradução para a palavra do léxico inglês bullying. Na prática, ela tem se traduzido no aumento dos casos de violência e de ameaça dentro das escolas brasileiras. Um levantamento recente da Secretaria da Educação de São Paulo aponta um aumento de 48% de incidência de casos nos dois primeiros meses letivos de 2022. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – conduzido em 2019, antes da pandemia – registrou que 23% dos 180 mil estudantes ouvidos(as) se sentiram ameaçados(as) e humilhados(as) em aplicativos e redes sociais.
Presencialmente ou virtualmente, os(as) estudantes brasileiros(as) estão expostos(as) a uma prática extremamente danosa à saúde mental e à segurança. Para contribuir com o amplo debate sobre o problema e endereçar sugestões a educadores e familiares, a equipe pedagógica da Geekie criou um e–book com várias dicas importantes para as instituições de ensino.
Como reconhecer e identificar os casos de bullying na escola
Segundo Camila Karino, diretora pedagógica da Geekie, o bullying pode acontecer de várias formas e é preciso ficar atento para saber identificar cada uma delas para conscientizar e prevenir.
A Sociedade Brasileira de Pediatria ressalta que ele pode aparecer nos seguintes subtipos: verbal, físico, escrito, psicológico, moral, social, material e cyberbullying. “No verbal, ele se materializa em apelidos e provocações feitos para ofender uma pessoa, observações homofóbicas, relacionadas a gênero, e racistas. No físico, envolve agressões que causam danos físicos, como batidas, empurrões, chutes, beliscões e outras lesões ligadas a atos de pressão e contato; no psicológico – também chamado de moral e social –, é mais difícil de reconhecer quando está acontecendo e aparece na forma de intimidações, exclusão social com o objetivo de humilhar, imitações usando características pessoais da vítima, divulgação de boatos, entre outros”, aponta.
Na forma escrita de bullying, há utilização de bilhetes, desenhos depreciativos, faixas e outros meios com o intuito de atingir alguém. No material, envolve estragar, furtar ou qualquer outro dano aos pertences da vítima, como cadernos, mochilas, lancheiras, entre outros objetos; no sexual, está expresso em abusos, assédios que buscam vantagem sexual, ou ainda que envolvam questões de gênero e homofobia. E, o cyberbullying pode se expressar em agressões realizadas no ambiente digital – como redes sociais, aplicativos de mensagens, incluindo mensagens diretas ou anônimas, fake news, postagens e divulgação de imagens ou vídeos.
07 dicas para conscientizar e prevenir o bullying na escola
A conscientização é a chave para prevenir o bullying na escola. Confira algumas dicas para ajudar educadores(as) e famílias nesta tarefa.
- Entenda a importância do combate ao bullying e pesquise sobre o tema. Leia artigos de educação ou de organizações oficiais que atuam com a saúde e segurança de crianças e adolescentes. Acompanhe pesquisas e dados sobre bullying e mantenha-se sempre atualizado(a) sobre o que acontece.
- Envolva professores, professoras e a equipe pedagógica, capacitando-os por meio de treinamentos e formações. Mantenha diálogo aberto com cada um, mostrando-lhes o papel que desempenham na prevenção e no combate ao bullying. Afinal, eles e elas estão sempre próximos dos(as) estudantes e podem acompanhar tudo o que acontece entre eles(elas).
- Você também pode (e deve) conscientizar os alunos e alunas, promovendo a escuta ativa e criando um ambiente emocionalmente saudável, investindo em educação socioemocional, inserindo a temática no currículo, durante as aulas e as atividades. Os(as) estudantes precisam reconhecer um caso de bullying quando ele está acontecendo e entender as consequências disso, tanto para a vítima quanto para o agressor. Também jamais subestime os relatos de bullying que você receber, classificando-os como brincadeiras ou problemas passageiros. Ah, lembre-se ainda de que as competências socioemocionais, presentes nas 10 competências gerais da BNCC, também estão diretamente ligadas ao tema bullying.
- Parceria com as famílias é fundamental para a prevenção e o combate, pois o bullying transcende os muros da escola e afeta a vida de vítimas e agressores, prejudicando todos os tipos de relacionamentos. Para trabalhar o assunto, você pode promover reuniões e palestras e conscientizar as famílias sobre a importância do diálogo e do acompanhamento do estudante na escola. Prepare pais, mães ou responsáveis para que saibam identificar casos de bullying e entendam o papel que desempenham na prevenção e no combate.
- Conheça a legislação vigente sobre o assunto. A Lei nº 13.185/2015 instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, classificando as formas de bullying e determinando o dever das escolas em assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate à violência e à intimidação sistemática. A Lei nº 13.663/2018, que alterou o artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, também trouxe a necessidade de combater o bullying no âmbito escolar. Já a Lei nº 13.277/2016 instituiu a data 7 de abril como Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
- Fique atento(a) e saiba se ele está acontecendo em sua escola. Há sintomas e consequências do bullying que podem ser vistos no(a) aluno(a), como dificuldade de aprendizado, ansiedade, depressão, afastamento social e evasão, fobia escolar, agressividade, entre outros.
- De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, em muitos casos, os(a) autores(a) de bullying usam as diferenças dos alvos (altura, peso, gênero etc.) para persegui-los. Por isso, como mencionado, é preciso conhecer sobre o que os(as) jovens conversam, o que está na moda entre eles(as) e conscientizá-los(as) sobre a importância do respeito às diferenças.