A Universidade de São Paulo (USP) pode aprovar já para este ano o uso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na seleção para 15% de suas vagas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a intenção da USP é restringir o acesso via Enem a alunos de escolas públicas; os demais estudantes continuariam prestando a Fuvest.
A pró-reitoria de Graduação vai apresentar até junho a proposta ao Conselho Universitário. O porcentual de vagas e a limitação do uso do Enem a estudantes da rede pública ainda vão ser debatidos internamente. Mas, das 42 faculdades da USP, 34 já se manifestaram a favor do uso do Enem – 2 não recomendaram a medida e as demais ainda não definiram posição. “A adoção do Enem é praticamente uma unanimidade”, disse ao Estadão o pró-reitor de Graduação, Antonio Carlos Hernandes.
A USP divulgou ontem que cresceu este ano o acesso à universidade de estudantes da rede pública. O índice chegou a 35,1% dos 10,9 mil matriculados; em 2014 ele tinha sido de 32,3%. Apesar do aumento, o porcentual ficou abaixo da projeção feita em 2014, de 38%.
A meta da USP é ter até 2018 50% dos alunos vindos de escolas públicas – onde estudam aproximadamente 85% dos matriculados no ensino médio. Hernandes disse ao Estadão que a adoção do Enem pode garantir o cumprimento desse objetivo. “As pessoas da universidade entenderam que há a necessidade de ter outro mecanismo de ingresso. Todo mundo tem confiança na Fuvest, mas não dá para fazer isso (aumentar a inclusão) lentamente.”
O perfil de renda dos alunos da universidade também está mudando. Dos matriculados este ano, 43% tinham rendimento familiar de mais de 7 salários mínimos. Em 2008, esse porcentual era de 58%.
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