A tecnologia na sala de aula: 3 passos importantes

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“Mais tecnologia e computadores”. Esta foi a terceira resposta mais frequente dada por alunos e pais à pergunta sobre fatores que podem melhorar a educação na Pesquisa sobre a Qualidade do Ensino nas Escolas Públicas do Estado de São Paulo, divulgada pela Apeoesp (Sindicato do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em março de 2014. Para o sindicato, a resposta revela a percepção da dificuldade que a escola tem hoje de gerar interesse e engajamento nos estudantes.
Mas, se há demanda, por que a oferta ainda é insuficiente? A resposta envolve um conjunto de fatores, que vão da capacitação de professores à frustração causada por experiências malsucedidas de adotar a tecnologia pela tecnologia, deixando de lado aspectos pedagógicos importantes.
Independentemente da tecnologia utilizada, é importante que a escola tenha clareza de seu projeto pedagógico, dos objetivos que deseja alcançar e do plano de introdução dos novos recursos. Sem essa clareza, corre-se o risco de criar uma solução simplificada para um processo complexo, que envolve muitas outras variáveis além da tecnologia em si.
Para contribuir com esta transição de forma estruturada e eficiente, listamos 3 passos importantes que vão transformar a tecnologia em sua aliada na sala de aula:

1. Mapeie as tecnologias

É preciso fazer um mapeamento do que é realmente válido e vai fazer diferença no ensino, trazendo inovação ou facilitando o aprendizado. Muito mais do que analisar os aspectos técnicos e tecnológicos, cabe ao educador entender se a tecnologia foi construída em cima de conceitos pedagógicos coerentes.
Para isso é preciso pesquisar a respeito do que existe no mercado. O MEC (Ministério da Educação) publica anualmente o Guia de Tecnologias Educacionais, que auxilia na decisão de escolha de soluções tecnológicas por parte de escolas de educação básica. O guia inclui várias abordagens do uso da tecnologia: gestão da educação, formação de profissionais da educação, educação inclusiva e portais educacionais. Para mais exemplos, consulte listas como as do UOL e do Canal do Ensino.
Outra estratégia é a troca de ideias com outros professores. O próprio MEC criou um espaço onde esse intercâmbio é possível, o Portal do Professor.

2. Planeje cada passo

É necessário consolidar o emprego das novas tecnologias na rotina diária. Por meio do esforço diário e da aplicação consistente em sala de aula, será muito mais fácil atrair a atenção dos seus alunos. A partir do momento em que se pensa sobre o que será ensinado, é importante já incluir no planejamento quais ferramentas serão utilizadas e de que forma. A tecnologia não deve ser usada em um momento isolado ou com horário marcado, mas atrelada ao plano de aula e de forma contínua. A tecnologia não pode ser “enfeite” ou funcionar como atrativo da aula, ela precisa fazer parte do núcleo de propostas pedagógicas que se pretende desenvolver.
Outro aspecto relevante nesse planejamento é compreender que a tecnologia é uma ferramenta e, portanto, não substitui a figura do professor. Antes de levá-la para a sala de aula é importante que o educador compreenda não apenas tecnicamente o recurso, mas as possibilidades pedagógicas que ele permite. O professor pode, por exemplo, ser mais ativo no Facebook do que seus alunos, mas não é a simples atitude de criar uma página online da sala que contribuirá para solucionar o problema de engajamento da classe. Quais são as diretrizes para que os alunos participem na página da sala nas redes sociais? Qual será a frequência de atualização da página? Como ela se integra com o currículo vigente?
vídeo “Tecnologia e Metodologia”, da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), ilustra esta problemática de forma divertida.

3. Analise os resultados e melhore a partir deles

Várias startups têm uma regra de ouro que pode ser aplicada a outros segmentos: aprender com o que os números revelam. Antes de introduzir a tecnologia na sua escola, é essencial fazer algumas perguntas: qual é o problema que você gostaria que fosse resolvido a partir dessa solução? Quais indicadores vão mostrar que você está no caminho certo? Qual indicador vai comprovar que você atingiu o sucesso pretendido? Qual é o tempo médio que outras escolas ou educadores levaram para atingir esses mesmos resultados?
É importante ter a disciplina de avaliar cada passo do processo de implantação da tecnologia e ter a coragem de alterar a estratégia planejada quando os resultados obtidos não estiverem coerentes com os que você estabeleceu como meta. Baseada em dados concretos essa decisão será mais fácil e, sem dúvida, mais assertiva.
Levar esses passos em conta aumentará a chance de sucesso de projetos de introdução de novas tecnologias na sala de aula. É importante destacar a importância de os professores trocarem experiências nesse processo. Cada um tem conhecimento e constribuições próprios a dar a esse processo. Por meio da interação, todos podem encontrar seus próprios caminhos e superar as dificuldades. Quais dicas você teria para  compartilhar com a gente? Participe e contribua!




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