Novas tecnologias na educação: É possível inovar em sala de aula sem o uso delas?

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Inovação na escola não depende de tecnologias, mas sim de uma cultura inovadora - Emilly Fidelix (InfoGeekie)

Inovar em sala de aula e na escola não depende apenas do uso das novas tecnologias da informação e comunicação. Antes disso, o ambiente escolar deve ser um local no qual o professor pode despertar a criatividade de estudantes e sua própria para promover práticas pedagógicas significativas independentemente do uso da tecnologia e suas ferramentas tecnológicas.

O cenário de invenções que temos visto é dinâmico: são carros que não precisam de gasolina, mas de eletricidade, carros que se dirigem sozinhos, foguetes sendo testados, braços robóticos cozinhando ao repetir movimentos de chefs renomados, meios de transporte cada vez mais rápidos, encurtando distâncias. Em todos esses fatores e setores vemos máquinas por detrás das criações e, portanto, inovações. São novas formas de vivenciar o mundo, novas soluções aos antigos ou novos problemas. Mas, e quanto à escola? Como ficam as novas tecnologias na educação?

Sempre que falamos de educação, o problema e a reflexão se tornam mais complexos. Isso porque a escola lida com o desenvolvimento e acompanhamento de pessoas que vivem um período de amadurecimento e de aprendizagem constante, envolvendo a cidadania, a criticidade, o autoconhecimento e tantos outros fatores que se complementam e se constroem durante esse processo. 

É por isso que o uso de novas tecnologias na escola é fundamental: para não formarmos pessoas alheias ao que ocorre no mundo. Mas, mais que usuários, que tal formarmos criadores? Pessoas que imaginam, testam, põem a mão na massa, que percebem suas habilidades, pessoas conscientes de sua cultura e da do outro?

Para isso, temos à nossa disposição uma imensidão de metodologias e abordagens que permitem um processo de ensino e aprendizagem inovador, ou ao menos disruptivo em comparação com o ensino tradicional. Aproveitar o espaço externo da escola, estudar sobre o universo olhando o céu, estudar sobre a natureza observando uma árvore do pátio ou sobre literatura na biblioteca. Permitir espaço para criações, protagonismo e propiciar essa liberdade na forma como comunicarão aquilo que acabaram de aprender, possibilita o desenvolvimento de habilidades que darão mais sentido à escola. 

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Que tal resumir o que foi visto em vídeo? Ou criar um minidocumentário? Uma exposição de fotografias? Ou talvez em um poema? Uma aquarela? Um meme? Digital ou não, inovar talvez signifique, cada vez mais, nos relacionarmos uns com os outros, pensarmos no mundo e na busca de soluções, na valorização da cultura, da empatia, da colaboração. Para isso, precisamos de espaços envolvidos no respeito, na segurança de ser quem se é, na criatividade, no desenvolvimento de habilidades. E para isso, não precisamos, necessariamente, de novas tecnologias, ainda que estas possam ser potencializadoras.

Lidar com as novas tecnologias faz todo o sentido. É cada vez mais o nosso presente e o nosso futuro. Mas talvez o ponto mais importante de todo o envolvimento com as novas tecnologias e a escola é o tempo que pode ser conquistado para compartilhar, conversar, viver o que de mais humano há nessa relação: a presença.

* Emilly Fidelix é professora e doutoranda em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (Bolsista CAPES), Especialista em Tecnologias, Comunicação e Técnicas de Ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2018), Mestra em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pela linha de pesquisa História da Historiografia, Arte, Memória e Patrimônio, especialista em História Social (2013), graduada em Licenciatura em História (2012). Criadora do “Se liga, prof!”, projeto pessoal que reúne dicas, materiais e inspirações sobre inovação educacional no Instagram (@seligaprof), Youtube, Facebook e Twitter.

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