5 passos para ajudar educadores a transformar e inovar as práticas pedagógicas

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5 passos para inovar as práticas pedagógicas

Muito se fala para professores e professoras sobre a necessidade de transformar e inovar as práticas pedagógicas. Porém, por onde começar quando a equipe docente está sozinha, sem uma consultoria e empresa parceira nesta jornada? Confira alguns passos para começar essa reflexão com a equipe pedagógica de sua escola

Qualquer profissional da educação que tenha lido ou buscado inspirações, dicas, práticas e artigos que envolvam os temas da educação nos últimos anos, muito provavelmente se deparou com temáticas que abordem ou o uso de novas tecnologias em sala de aula ou metodologias para inovar as práticas pedagógicas, que lançam um novo olhar sobre o aprender. Que o mundo em constante transformação e novas descobertas já invadiu os espaços escolares, todos já sabemos, mas como transformar um espaço que até então apenas precisava focar na sua tarefa única, desde o início: ensinar?

Compartilho isso com você pensando numa experiência recente, onde ao promover uma formação continuada com professores de algumas escolas públicas, a equipe gestora me confessou seus anseios por fazerem com que educadores e educadoras passassem a aderir a metodologias ativas, utilizassem os tablets disponíveis nas escolas e que realizassem seus planejamentos de forma digital. Uau! Não é chocante que profissionais da educação do século XXI ainda tenham planejamentos em cadernos amarelados e guardados nas gavetas que são reaproveitados a cada ano? Eu também acho. Mas forçá-los(as) a aderirem a algo é a melhor estratégia? Fornecer formações obrigatórias para convencê-los(as) de que metodologias ativas será muito benéfico para sua prática é efetivo?

Muito se tem falado sobre a importância da inteligência emocional ou das habilidades socioemocionais a serem trabalhadas com estudantes. Mas e quanto aos educadores e educadoras? E a equipe gestora? É nessas horas que um pouquinho de empatia e resiliência nos ajuda a entender o outro. É preciso atentarmos para o fato de que muitos desses profissionais não tiveram em sua formação a base para lidar com essas novas demandas, ou que passaram a maior parte da vida sem o uso de novas tecnologias e, ainda, que alguns entendem que “ser professor” é passar conteúdos no quadro, pois com o perfil de professores mediadores, sentem que “não estão trabalhando”. Por onde, então, começar?

Lembre-se que educadores resistentes, em sua maioria são aqueles que:

  1. Tiveram formação tradicional,
  2. Dão aulas tradicionais há décadas,
  3. Acham que esses recursos custam tempo e não são importantes.

É muito importante que entendamos que cada pessoa tem seu tempo, o seu próprio ritmo. Sabe aquela questão que sempre defendemos: a de que cada estudante aprende melhor de uma forma, tem uma habilidade mais bem desenvolvida que outras, é um sujeito único? Isso também serve para a equipe docente. Bem, se cada um tem seu ritmo, então essa é a resposta? Esperar o tempo de cada um? Não. Isso tudo é para justificar o fato de que forçar algo que defendemos e entendemos como construtivo não é significativo e benéfico para quem se sente na obrigação de aprender e praticar. Há formas muito mais efetivas e gentis de agirmos como condutores, como mentores e influenciadores de pequenas mudanças na carreira docente daqueles que convivem conosco. Motores aquecidos, é hora de iniciarmos nossa trilha de dicas:

1. Grupos de discussões envolvendo algum artigo, publicação, site de internet sobre como inovar as práticas

Não existe a menor possibilidade de fazer esses encontros pessoalmente? Ok. Compartilhem algumas matérias (uma ou duas) por semana no grupo do WhatsApp ou e-mail. Podem ser dicas práticas sugeridas por outros educadores ou mesmo trechos de matérias inspiradoras.

2. Reflexões pré-aulas com vídeos que motivem

Que tal toda segunda-feira ou sexta-feira reunir toda a equipe antes das atividades e assistirem a um vídeo que os motive? A dica é que o vídeo seja curtinho e transmita uma mensagem que anime, incentive e gere reflexões. Depois de assistirem, a equipe gestora pode fazer uma breve conversa e passar uma mensagem de incentivo que aproxime todos e todas e demonstre que na instituição existem pessoas dispostas a ajudar, atuando como “conselheiros(as) pedagógicos(as)”.

3. Motivar projetos interdisciplinares em grupos

Nas formações desses grupos poderiam entrar formações, workshops, talks ou mesmo palestras com pessoas que possam agregar algo à vida prática desses profissionais. Assim, além de colocarem em prática a interdisciplinaridade, ainda podem ser inspirados a tentarem uma metodologia para inovar as práticas pedagógicas.

4. Conversar com professores, um a um, e entender seus medos

Não é uma convocação de um a um na sala da diretora. Longe de parecer punição! Mas ter um membro da equipe que demonstre estar apto a ajudar, ensinar, compartilhar ideias e inspirações pode agregar aos educadores e educadoras da instituição a se sentirem mais à vontade.

5. Mostrar como a tecnologia ajuda a sua prática na gestão

Se você defende uma causa, aja de acordo com ela. Que tal melhorar a comunicação com todos utilizando o Google Forms, por exemplo? Ou organizando seus arquivos na nuvem de forma a compartilhar a qualquer momento com qualquer outro membro da equipe? Demonstre o quanto essas ferramentas lhe poupam tempo e ainda ajudam na organização, produtividade e comunicação.

BÔNUS: Criar algum mural de incentivo a professores que fazem práticas inovadoras

Podem ser infográficos, posts com dicas de outros educadores no Instagram ou mesmo a frase de um teórico ou teórica da Educação que possam gerar aquele “clic!” Quando toda a equipe está falando a mesma língua, ou ao menos próxima disso, pouco a pouco se constrói uma cultura mais inovadora, mais leve e dinâmica.

Uma equipe fortalecida e que sabem como inovar as práticas pedagógicas precisa se entender e se enxergar como integrantes de um time. É importante termos em mente que práticas de sucesso levam tempo, mas sem gentileza, determinação, respeito mútuo e solidariedade, o time não faz gol. Ah! Se eu fosse você já finalizaria essa leitura imprimindo esse artigo ou copiando o link dele e compartilhando com sua equipe pessoalmente ou pelo WhatsApp, que tal? Mãos à obra!

* Emilly Fidelix é professora desde 2008. Possui especialização em Tecnologias, Comunicação e Técnicas de Ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, é mestra em História Cultural, especialista em História Social e é doutoranda em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina. Também é líder do Grupo de Educadores Google de Florianópolis e criadora da página “Se liga, prof!”, projeto pessoal que reúne dicas, materiais e inspirações sobre inovação educacional no Instagram (@seligaprof), Youtube, Facebook e Twitter.

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