Escola de Paraty ignora disciplinas (o que nem a Finlândia ousou fazer)

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Colégio Comunitário Cirandas não tem provas nem notas e agrupa alunos do 1.º ao 5.º anos do ensino fundamental em um único ciclo; dia começa com poesia e tai chi chuan

A Finlândia é aqui. A Escola Cirandas, em Paraty, no Rio, nasceu há um ano com uma proposta arrojada: não tem divisão do conteúdo por disciplinas nem provas ou séries – todos os alunos pertencem ao mesmo ciclo, que reúne do 1.º ao 5.º ano do ensino fundamental.

No mês passado, a notícia de que a Finlândia tinha decidido abolir o ensino por disciplinas correu o mundo. Publicada pelo jornal inglês The Independent, a informação foi desmentida pelas autoridades finlandesas. Na verdade, a reforma é bem mais tímida, se limita a obrigar as escolas a adotar duas vezes por ano o ensino por projetos que reúnam várias disciplinas. Explicamos toda a história aqui mesmo, no InfoGeekie, relembre a matéria.

Mas o portal UOL mostrou que a suposta proposta finlandesa (leia o texto original aqui) foi colocada em prática na Cirandas. Em um dia típico, os alunos chegam à escola às 8 horas e participam de rodas de cantos, poesia, tai chi chuan – uma das propostas foi fazer uma mandala com flores. Depois seguem para a sala de alfabetização ou para a de projetos, que são desenvolvidos ao longo da semana. As crianças se organizam na organização do refeitório, servem e lavam pratos. O horário de saída é 15h20.

Conteúdo transversal

Apesar de reunir os alunos em um ciclo único, a escola diz respeitar as diferenças entre eles. Nas atividades os estudantes são divididos por afinidade de conhecimentos, maturidade, idade ou pelos projetos que estão desenvolvendo.

A Cirandas afirma seguir os Parâmetros Curriculares Nacionais, mas não trabalha os conteúdos por meio de roteiros fechados, como o de apostilas, para preservar a autonomia dos alunos. “Aqui, o professor tem um planejamento, que não é uma grade. Ele ouve as crianças e traz o conteúdo curricular de forma transversal”, disse a diretora, Mariana Benchimol, ao UOL. Quanto à ausência de provas e notas, a escola diz que os estudantes são avaliados diariamente.

Banqueiros e domésticas

A escola cobra mensalidade de aproximadamente R$ 1 mil. Metade das vagas é reservada a bolsistas. “Temos filhos de banqueiros convivendo com filhos de trabalhadores domésticos. Alguns viraram melhores amigos e frequentam a casa um do outro”, disse Mariana.





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