Gustavo Prista, colunista do InfoGeekie, fala um pouco sobre os diferenciais de iniciativas na educação. Saiba quais são eles!
Além da Geekie, existem muitas iniciativas inovadoras mudando os rumos da educação no Brasil. Eu pesquisei bastante sobre esse tema no mestrado (e foi assim que conheci a Geekie de perto!) e gosto de compartilhar o que encontro nas minhas pesquisas, então vim aqui contar um pouco dessas inovações. Dos empreendedores que aproveitam o número cada vez maior de pessoas com acesso à internet aos projetos que transformam profundamente o que a gente conhecia como “sala de aula”, vamos entender 5 dos principais diferenciais dessas iniciativas inovadoras na educação?
1- Elas buscam novas metodologias
Uma coisa em comum entre todas as iniciativas inovadoras é a tentativa de transformar a educação ao derrubar a metodologia padrão – aquela de ensinar as matérias de forma isolada, de mensurar a performance apenas através de provas e de não levar em consideração as características de cada estudante. A busca pela aplicação de novas metodologias vai de um currículo mais rico e interligado até mais autonomia para os alunos. Exemplos não faltam:
- Autonomia para os alunos é um dos casos mais recorrentes. Mais que aprender o conteúdo, aprende-se também a ser dono do próprio processo de aprendizado. Esse é um ganho que os alunos levam para a vida, muito além do conhecimento que “cai na prova”.
- A gamificação já conta com diversas pesquisas sobre a eficiência de sua aplicação no contexto educacional. Não se trata somente de usar jogos em sala de aula, mas sim de aplicar conceitos de games na educação: pontos, prêmios, missões, rankings, atividades imersivas…
- Metodologia que manda a divisão entre matérias para o espaço, o Project Based Learning (PBL) utiliza todo o conhecimento dos envolvidos na solução de um problema. Além disso, estimula a aprender ainda mais, pois a intenção é fazer com que os estudantes esbarrem em problemas e adquiram novos conhecimentos, com o foco em completar o projeto.
2- Elas se preocupam com a eficiência da inovação
Como uma inovação é sempre uma novidade, ela envolve a utilização de recursos (preciosos, como tempo e dinheiro) para que se aprenda como utilizá-la. Por isso, uma inovação bem-sucedida deve ter seus benefícios bastante claros para quem pretende adotá-la. Do lado de quem inova, é importante conhecer quem são seus usuários-chave e seus principais problemas para decidir os benefícios que devem ser desenvolvidos, como melhorar o desempenho e a satisfação dos alunos ou simplificar os processos burocráticos das escolas. No caso do Geekie Lab, foi essencial colocar o professor no centro do desenvolvimento das soluções. O sucesso desse foco é ressaltado por um diretor que retomou a parceria após 3 anos: “A Geekie mastiga os dados para o professor, tornando mais fácil se apropriar dos resultados e atuar sobre as defasagens”.
3- Elas pegam inovações emprestadas
Não é só na educação que existem inovações surgindo em um ritmo acelerado. Então, também é importante incorporar inovações de outras áreas, como ferramentas de comunicação e produtividade, aproveitando aquelas que já são bastante utilizadas. Isso também ajuda a economizar os recursos preciosos falados no tópico anterior!
A Geekie formulou um ebook sobre as 8 ferramentas úteis mais populares em sala de aula, que conta com a criatividade do professor na hora de absorver ferramentas que não foram criadas inicialmente para o uso dentro da sala de aula. Esta outra matéria ajuda a desmistificar o uso do Twitter na educação, plataforma muitas vezes incompreendida, mas que ainda possui um grande potencial.
E, mais que inovações digitais, a gamificação também não surgiu dentro da educação, mas foi absorvida posteriormente! Esses exemplos tornam mais claro porque temos de ficar de olho nos métodos e tecnologias que impactam outros setores. Assim, podemos aproveitar especialmente aqueles que já são mais utilizadas por professores e alunos, facilitando a adoção em sala de aula.
4- Elas fazem a integração online + offline
As tecnologias digitais invadem a escola ou a escola que absorve as tecnologias digitais? Sem entrar na discussão “ovo ou galinha”, o fato é que já é impossível separar o processo de aprendizado das iniciativas digitais, da mesma forma que elas não vieram para substituir a escola nem as aulas presenciais: as duas podem (e devem) se integrar.
O desenvolvimento de novas metodologias passa por essa integração: a eficiência das ferramentas digitais libera mais tempo para se explorar novos conceitos em sala de aula, além de melhorar a comunicação entre os alunos, entre professores e entre os dois grupos – mesmo fora de sala. Passando pela utilização de ferramentas específicas, como as soluções da Geekie, e por professores que utilizam ferramentas de outras áreas, como utilizar os recursos do Facebook a favor do aprendizado, é importante aumentar a integração online + offline de forma constante.
5- Elas são abertas à experimentação
Quem inova, arrisca. E, quem arrisca, tem de estar disposto a errar: a capacidade de experimentar com mais liberdade é essencial para qualquer iniciativa inovadora e não é diferente na educação. Se as novas metodologias educacionais nos convidam a não tratar o erro como indesejável, o mesmo acontece no desenvolvimento de iniciativas inovadoras. Uma metodologia multiuso, que aborda a experimentação tanto na educação quanto no desenvolvimento de produtos e serviços e pode servir tanto na condução da iniciativa quanto dentro da sala de aula, é o Design Thinking. Esse tema já foi discutido aqui algumas vezes, e seus valores foram discutidos aqui neste texto.
Por fim, vale lembrar que essa não é uma lista de todos os diferenciais existentes por aí: você pode ter uma iniciativa ou conhecer alguma que realiza uma atividade incrível que não foi incluída aqui. Da mesma forma, nem todas as iniciativas apresentam os 5 diferenciais – e nem precisam! Mas quanto mais dessas características um projeto tiver, mais chances ele tem de se tornar uma inovação de destaque na educação.
E você? Conhece mais alguma iniciativa que mereça ser lembrada? Algum diferencial muito importante ficou de fora? Algum não deveria estar na lista? Comente aqui embaixo!
Gustavo Prista é formado em Economia, mestre em Administração de Empresas (COPPEAD/UFRJ) e apaixonado por inovações de impacto socioambiental. Por esse motivo, sua dissertação foi sobre adoção e disseminação de inovações no setor educacional no Brasil e pesquisa atualmente sobre a sustentabilidade de projetos socioambientais financiados via crowdfunding. Escreve sobre autoconhecimento e estilo de vida sustentável no https://medium.com/@gusprista. Contato: gprista@gmail.com
Leia mais:
- O que é Sistema B?
- Tecnologia, educação e gap social
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