Computadores x Professores: concorrentes ou aliados?

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As ferramentas para ensinar e aprender nunca experimentaram uma revolução como a atual. A tecnologia hoje está presente em escolas de todo o mundo.

Mesmo no Brasil seu alcance é surpreendente. Uma das mais abrangentes pesquisas já realizadas no País sobre o tema tecnologia em escolas públicas foi feita em 2009 pelo Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Ela mostrou que 99% delas tinham computadores funcionando, 83% das unidades contavam com internet banda larga e 99% tinham pelo menos uma impressora. Feita por encomenda da Fundação Victor Civita, a pesquisa mostrou que o uso de computadores fazia parte do Projeto Político Pedagógico de 71% das escolas.
Apesar desses números, muitos educadores ainda enxergam as novas tecnologias como inimigas no processo de ensino-aprendizagem. A própria pesquisa do laboratório da Poli mostra o que pode ser o motivo dessa resistência: só 26% dos professores entrevistados disseram ter recebido algum tipo de formação para empregar a tecnologia em sala de aula e 74% afirmaram estar despreparados para utilizar o computador com suas turmas.
Resistências à parte, se forem usadas de forma contextualizada e planejada, as novas ferramentas podem se tornar aliadas poderosas do processo de educação. Em um contexto dinâmico, no qual os alunos têm acesso cada vez mais rápido às informações, o computador, o tablet e os celulares acabam ganhando o espaço de lápis, livros e cadernos.
Trazemos abaixo três questões-chave pelas quais a relação entre professores e computadores deveria ser de aliados!
Internet: uma questão de inclusão
Nas últimas décadas a internet virou a grande fonte de interação entre as pessoas e de difusão da informação e do conhecimento. Ela é hoje fundamental para o professor que quer se manter atualizado. O mesmo ocorre com alunos que desejam se aprofundar em seus temas de interesse.
Ficar alheio a esse processo contribui para reforçar o exército dos excluídos digitais, expressão que no século 21 tem o mesmo peso do analfabeto no século 20. Coordenador do “Mapa da Inclusão Digital”, o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Neri chamou a atenção para o papel da educação na cidadania digital. “Olhando a média nacional, o principal motivo da ‘e-xclusão’ é a falta de interesse (32%) e o segundo a incapacidade de usar a internet (31%), ambos decorrentes dos problemas educacionais vigentes. Não basta que computadores caiam de paraquedas na vida das pessoas. Se navegar na rede é preciso, educar também é preciso!”
Computadores: o objetivo é complementar, não substituir
Mais do que nunca, a sociedade precisa compreender que o computador e as novas tecnologias que o acompanham não substituem o papel do professor. É o educador que humaniza a prática pedagógica, media a relação do aluno com o computador e torna a educação mais relevante. A tecnologia, na verdade, pode e deve ser uma grande aliada do professor. Recursos audiovisuais, por exemplo, libertam o educador da tarefa de repetir, dia após dia, exposições verbais de conteúdo e tornam a aula mais atraente. Softwares e plataformas virtuais abrem espaço para a adoção do ensino personalizado, que muda a relação com os estudantes. Com a possibilidade de acompanhar em tempo real a evolução da classe, os professores podem abandonar o papel de transmissores de conhecimento e se tornarem mentores de estudantes que encontrarão seu próprio caminho no processo de aprendizagem.
Integração: a tecnologia como parte do projeto pedagógico
Para ser aliado do aprendizado e contribuir efetivamente nos processos educacionais, o computador deve ser incluído na prática em sala de aula como parte de um projeto pedagógico minucioso, que contemple os anseios e o potencial dos estudantes, mas também as expectativas de aprendizagem estabelecidas pelos professores e pela direção da escola. Faz-se necessário, também, que os professores estejam capacitados para o uso das novas ferramentas. Neste post você encontra 5 exemplos de cursos e de um livro que podem ser úteis neste processo.
E então, gostou do artigo? Para você o computador é aliado ou concorrente dos professores? Compartilhe suas opiniões e experiências pedagógicas conosco.
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