Neste artigo, Fabio Aparecido explica como ensinou a sua turma de matemática a decifrar o algoritmo do CPF, por meio do cálculo de dígitos verificadores, trabalhando a leitura, interpretação, concentração e raciocínio lógico.
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A ideia desta atividade surgiu em 2012, no final do ano letivo, quando a coordenadora de uma escola em que leciono pediu para os alunos confirmarem os seus CPFs em uma lista e um aluno fez o seguinte questionamento: “Qual é a finalidade dos dois últimos números do CPF?”
Nesse momento, lembrei de quando era aluno no ensino médio, em 1987. Na época, a professora de matemática introduziu em suas aulas o BASIC, uma linguagem de programação de computadores. Uma das atividades passadas por ela consistia em desenvolver uma programa para calcular os dígitos verificadores de um CPF. Naquela época não existia internet e usei como referência para a pesquisa a experiência de um contador, que me explicou os passos do cálculo.
A partir dessa lembrança, pedi aos alunos que pesquisassem informações sobre o cálculo de CPF. Na data estipulada para a entrega da pesquisa, pedi aos estudantes que fizessem uma leitura da primeira parte da pesquisa. Em seguida, alguns alunos, por iniciativa própria, foram até a lousa para explicar como funciona o algoritmo do cálculo dos dígitos verificadores. Por fim, como última etapa da atividade, pedi aos alunos para que eles calculassem os dígitos dos seus respectivos CPFs.
Leia, no artigo de Fábio Aparecido, como o trabalho em equipe pode ser utilizado como ferramenta de aprendizado nas aulas de matemática
Este tipo de atividade incentiva a cooperação em sala de aula, já que sempre existirão estudantes que têm mais facilidade de aprendizagem e que acabam por ajudar os demais colegas que apresentam dificuldade. Além disso, também desenvolve a leitura e interpretação do algoritmo que muitas vezes é utilizado na área da linguagem de programação de computadores.
É importante mostrar aos alunos algumas aplicações práticas da matemática e com esse tipo de atividade pode ajudar despertar nos alunos o gosto pela matéria, ao ir além do que estamos acostumados a ver em aula, que é simplesmente o ensino do cálculo pelo cálculo. É no ensino médio que os estudantes, na sua maioria, participam do ENEM e muitas vezes as questões de matemática do exame não requerem fórmulas prontas e sim a leitura, interpretação e o raciocínio lógico.
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COMO APLICAR ESSA ATIVIDADE NA AULA DE MATEMÁTICA?
Lembre-se que esse exercício é apenas uma sugestão e que você pode fazer alterações conforme as condições dos alunos e da escola. Antes de programar essa atividade, converse com a coordenação pedagógica e a direção da escola, explique o que vai acontecer e, se possível, mostre este artigo como referência.
Realizei o exercício com alunos da 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio, durante o 3º bimestre. As etapas para realização são:
1ª etapa:
Solicite aos estudantes como tarefa para trazer em sala, uma pesquisa na internet que responda às seguintes perguntas:
– O que é o CPF e para que serve?
– Como calcular os dígitos de um CPF?
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2º etapa:
Na data estipulada da entrega da pesquisa, após a leitura da primeira pergunta, clique neste link e o projete na tela (se a escola dispuser de projetores). O conteúdo explica o algoritmo do cálculo dos dígitos do CPF. Em seguida, peça para a sala calcular um CPF com base na leitura das etapas descritas no texto do link.
Você perceberá que alguns dos alunos irão explicar o cálculo para os colegas que têm maior dificuldade. É importante frisar que não precisei explicar o cálculo em nenhum momento, o aprendizado ocorreu através da mobilização dos próprios estudantes.
Não esqueça de fazer os registros desta atividade e colocar em um portfólio que poderá ser apresentado em reuniões de famílias, no site ou blog da escola. Desejo sucesso nos seus novos desafios.
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“JUNTOS QUEBRAREMOS A BARREIRA QUE EXISTE ENTRE OS ALUNOS E A MATEMÁTICA E, ASSIM, MELHORAREMOS OS ÍNDICES DE APRENDIZADO E A MATEMÁTICA NO BRASIL”.
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