Em artigo de opinião no portal EdSurge, o diretor escolar Dwight Carter, do colégio New Albany High School, Estados Unidos, discute a eficácia do ensino tradicional no século 21 e defende uma aprendizagem mais dinâmica e criativa. Confira!
O artigo “Adeus, ensino tradicional: Por que aprender não é linear” é uma tradução. Leia o texto original, em inglês, no EdSurge.
Além das paredes da escola, a maioria das pessoas aprende inter-relacionando disciplinas, cenários e experiências. Durante a maior parte de nossa vida estudantil, por outro lado, somos ensinados em um sistema que organiza blocos de tempo para o aprendizado de conteúdos específicos, muito semelhante ao modelo fabril de produção. Entretanto, aprender deveria ser parte da vida – e a vida não é linear.
A vida é irregular – portanto, a aprendizagem é irregular.
Nós estamos vivendo um dos momentos mais disruptivos e empolgantes da história: a Era da Informação. O ritmo de mudança aumentou exponencialmente devido à rápida produção de novo conteúdo, enquanto vida e tecnologia se tornam inseparáveis. O ritmo de mudança continua a ter um impacto direto no sistema educacional, já que os alunos de hoje – a Geração Z – somente conheceram o mundo com tecnologia touchscreen. Uma vasta quantidade de conteúdo está prontamente disponível para eles através de um clique na tela. Estudantes também estão criando mais conteúdo próprio do que qualquer outra geração na história e, por causa disso, aprendem de maneiras fundamentalmente diferentes daquelas que costumavam funcionar.
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O ensino tradicional faz um contraponto ao processo de aprendizagem criativo, bagunçado, irregular com o qual os estudantes estão acostumados fora da escola. Sendo assim, seguem três pontos chave a serem considerados enquanto nós, educadores, nos desafiamos a atender às necessidades da Geração Z.
O ensino tradicional X a aprendizagem constante, a qualquer hora, em qualquer lugar
Com a ascensão das plataformas de aprendizagem online e das redes sociais, alunos podem se conectar, comunicar e colaborar com seus professores e colegas para expandir o aprendizado para além das barreiras escolares. Espaço e tempo são variáveis no processo de aprendizagem, sendo que, antes, eram constantes. O autor Daniel Pink resume esse fenômeno em seu livro, The New Social Learning (em português, O Novo Aprendizado Social):
“De muitas formas, aprender é fundamentalmente um ato social. Desde a hora da roda no jardim de infância até os grupos de estudos na universidade, para projetos em equipe no mercado de trabalho, a sociabilidade sempre moveu as engrenagens da aprendizagem”.
O uso da tecnologia enfatiza o poder do aluno de aprender em seu próprio ritmo, em seu próprio local e muito mais profundamente do que antes. Então, vamos fazer parte disso!
Ebook: As ferramentas digitais mais populares em sala de aula
Ensino tradicional X uma sociedade com menor capacidade de concentração
Nós estamos nos transformando rapidamente em uma sociedade acostumada a pedaços de informação compartilhados da maneira mais chamativa possível.
A geração Z absorve milhares de imagens e mensagens digitais diariamente, então, para tornar a aprendizagem mais relevante para eles, educadores precisam não apenas incorporar ferramentas multimídia, mas empoderar alunos para que criem e integrem diversos meios para demonstrar seus conhecimentos. A partir do momento em que adotamos tecnologia em sala de aula, esse é um processo natural.
Ensino tradicional X o ensino de habilidades em paralelo ao conteúdo
Com frequência, diz-se que integrantes da Geração Z vão mudar de carreira de 10 a 14 vezes até a aposentadoria. Se isso for verdade, é impossível ensinar a eles todo o conteúdo necessário para que estejam “preparados para a vida”.
Com frequência, diz-se que integrantes da Geração Z vão mudar de carreira de 10 a 14 vezes até a aposentadoria. Se isso for verdade, é impossível ensinar a eles todo o conteúdo necessário para que estejam “preparados para a vida”.
Precisamos considerar como desenvolver as quatro habilidades globais – comunicação, colaboração, criatividade e pensamento crítico – através de nossas disciplinas específicas. Outra abordagem possível seria criar cursos interdisciplinares que deem aos alunos a oportunidade de aplicar seus conhecimentos de formas significativas. Também deveríamos integrar tecnologia para ajudá-los a determinar quais problemas eles buscam resolver – sejam eles a nível regional, nacional ou global.
Isso vai, sem dúvida, criar as condições necessárias para que estudantes exercitem as competências que irão transcender empregos e carreiras.
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Conforme descobrimos como ficar a par desse tempo de mudanças, é preciso lembrar que a aprendizagem não é linear e abraçar estratégias que empoderem os jovens para transformar seus conhecimentos em ações significativas. Educador, como você vai se envolver nesse processo?
O artigo “Adeus, ensino tradicional: Por que aprender não é linear” é uma tradução. Leia o texto original, em inglês, no EdSurge.
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