Congresso Contra a Pobreza Infantil no Mundo reúne educadores para refletir sobre a escola, a saúde e a segurança de crianças e jovens. A Geekie esteve lá e trouxe para você os melhores momentos do evento! Confira:
Nos dias 13 e 14 de outubro, a Geekie participou do Congresso Internacional e Interuniversitário Contra a Pobreza Infantil no Mundo, promovido pelo Conselho Independente de Proteção da Infância e realizado na Unifesp. O evento itinerante já havia viajado por países como Espanha, Portugal, Marrocos e Colômbia, até estrear no Brasil com cerca de mil participantes nos dois dias de encontro. Dentre eles, educadores, profissionais da infância, estudantes e famílias que levaram seus filhos para discutir temas dos mais variados: desde o impacto da crise migratória para as crianças refugiadas até o uso de tecnologia e games na escola, da inclusão e acessibilidade para jovens com deficiência até a importância da arte para contar histórias.
Os painéis foram ocupados por grandes nomes, como José Pacheco, da Escola da Ponte, Mara Mourão, idealizadora do documentário Quem se Importa, o jogador de vôlei Tande, vencedor do ouro olímpico em 1992, Maria Helena Masquetti, psicóloga do Instituto Alana que fez considerações sobre o filme O Começo da Vida, e Kátia Chedid, educadora especialista em neurociência (além de colunista do InfoGeekie). Em meio a tantos momentos emocionantes, selecionamos alguns que marcaram os presentes e provocaram reflexão.
Palestras sobre inovação, habilidades socioemocionais e gestão democrática na escola têm lugares esgotados
Já na primeira manhã do Congresso, a diretora da EMEI Nelson Mandela, Cibele Racy, dividiu sua prática gerindo uma escola pública democrática – este ano, após ter sido alvo de racismo, a escola conseguiu autorização da prefeitura para mudar seu nome em homenagem ao líder sul-africano, símbolo da luta contra o apartheid. A alteração envolveu mais de 19 mil assinaturas da comunidade local. “Precisamos resgatar o papel da escola como agente transformador da realidade social”, afirmou a diretora.
Aliás, quem foi atrás de soluções para a escola no novo milênio teve um prato cheio: as mesas “Tecnologia, games e aprendizagem”, “Habilidades socioemocionais”, “Bullying” e “Transtornos mentais” lotaram seus respectivos auditórios, com educadores se agrupando nas escadas para poder acompanhar o papo. Dois encontros pautados em neurociência se destacaram: “Neurociência e aprendizagem”, mediado por Kátia Chedid , e “Neurociência e a formação docente”, ministrado pela doutora Carla Tiepo. A lição que ficou é que todo cérebro é plástico e, portanto, todo indivíduo é capaz de aprender.
Oficinas e exposições promovem troca de experiências entre agentes da educação e infância
Fora dos auditórios, o Congresso continuou com momentos de troca e descoberta. Projetos sociais como o Carlotas, o 100 Meninas Negras e o EtnicoEduc, que levantam bandeiras de representatividade e diversidade dentro e fora da escola, atraíram o público com pequenos workshops. Em um dos estandes, os visitantes coloriram duas metades de um coração – uma para si, outra para entregar a um desconhecido, como forma de conectar as pessoas pela arte.
“Estamos identificando os diversos problemas brasileiros, denunciando-os, mas também apontando pontos positivos que precisam ser reconhecidos e intensificados. Não é possível que fiquemos estagnados”, comentou Claudine Melo, professora e criadora do EtnicoEduc, grupo de oferece cursos sobre como ensinar cultura indígena e africana na escola.
No segundo dia de evento, o educador José Pacheco ofereceu a palestra “Aprender em Comunidade” e provocou a plateia descrevendo uma escola cujas bases são a comunidade, a liberdade e a autonomia: “Se não tem aula, não tem prova, o que tem nessa escola? Tem gente! A escola é formada por pessoas e seus valores”.
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