Hoje, alguns educadores ainda encaram o uso da tecnologia dentro da sala de aula com alguma resistência. Neste artigo, Lais Exel Bisordi dá dicas de como vencer essa barreira e estimular educadores. Leia:
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A tecnologia é uma ferramenta importante para estimular, engajar estudantes e tornar o aprendizado mais significativo? Todos concordam que sim. É difícil quebrar as resistências de educadores para adotá-la? Parece que resposta é a mesma. Existe muita resistência. Então como contribuir para a transformação desse cenário?
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1. Entender que não se trata de tecnologia, mas de pessoas!
Olhe pela perspectiva de um/uma educador/a, entenda como se sente diante da tecnologia: quais as suas motivações e preocupações?
Entenda o que motiva a resistência dele/a. Na visão de alguns educadores, a tecnologia ameaça o ideal do/a professor/a como único/a detentor/a do saber, já que os estudantes podem ter acesso a informação e aprender qualquer coisa. Isso ameaça, portanto, sua identidade.
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2. O/a líder compreender e cuidar de cada um da equipe
Quando perguntamos a quem trabalha em uma escola quem é a pessoa mais importante para a sua instituição? Todos respondem: o/a estudante. Sim, os estudantes são a nossa razão de existir e é importante que se tenha foco do/a estudante. Foco DO/A estudante – não NO/A estudante – porque não se trata apenas de mirar nele/a para entender seus anseios, mas de se colocar no seu lugar e entender o que ele/ela (ou sua família) veem ou sentem ao se relacionar com a escola.
Mas antes ainda do/a estudante, temos que pensar no foco da equipe. É a equipe que faz a coisa acontecer, que está perto desse/a estudante e da família, que ouve o que ele/a quer, que fala em nome da escola. E que precisa ser bem tratada, valorizada, ouvida. Especialmente quem está mais perto deles: o/a educador/a.
O maior presente, é o/a líder presente!
Portanto, como coordenador/a pedagógico/a, aproxime-se de sua equipe e busque compreender (e respeitar) a perspectiva daqueles professores que têm mais dificuldade em aderir às novas ferramentas de tecnologia.
No texto “Uma maneira melhor de integrar o Edtech”, Beth Holand traz uma técnica fundamentada em três perguntas, que pode ajudar nessa avaliação:
Pensar: como essa pessoa entende seu papel na escola?
Sentir: qual a sua resposta às mudanças (seja em relação a novas ideias, métodos, tecnologias) e como elas afetam a sua posição?
Cuidar: quais são os valores, prioridades ou motivações dessa pessoa? O que é importante para ela?
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3. Mostrar a relevância do/a educador/a na nova educação
Mostre a eles que a função do/a novo/a professor/a vai muito além da transmissão de informação. Seu papel é de curador/a de conteúdos e recursos, de facilitador/a do conhecimento, de fomento à crítica, de desenvolvimento da cidadania digital.
O trabalho em equipe, a colaboração, o senso crítico, a capacidade de investigação e a criatividade são traços que serão demandados na vida profissional dos estudantes e o trabalho do/a educador/a é o de contribuir para a formação desses indivíduos.
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4. Refletir com eles sobre o propósito da tecnologia
Ajude o/a professor/a a pensar no propósito a ser alcançado com a tecnologia: melhorar a aprendizagem dos estudantes, utilizando as novas ferramentas para integrá-los, dar espaço para que manifestem suas dúvidas e contribuam com seus próprios conteúdos. Enfim, ensinar muito mais do que acessar, curtir ou compartilhar conteúdos: ensiná-los a se tornarem autores de seus próprios conteúdos.
Assim, o foco sai do problema (mudar a prática do/a professor/a), para a solução: beneficiar o/a aluno/a.
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5. Mostrar os benefícios para o/a próprio educador/a
No início, pode parecer que é “mais trabalho” para o/a professor/a. Mas quando ele/a perceber que a tecnologia o/a ajuda na personalização do ensino; na percepção de relevância pelo estudante, com seu maior engajamento; na sua produtividade e na possibilidade de melhorar o desenvolvimento de seus alunos por meio de decisões pedagógicas embasadas em dados, buscará extrair cada vez mais soluções por meio da tecnologia.
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*LAÍS EXEL BISORDI É CONSULTORA DE ATENDIMENTO E ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO NA PONTO DE REFERÊNCIA. GRADUADA EM MARKETING (ESPM), COM MBA GESTÃO DE NEGÓCIOS (INSPER), TEM MAIS DE 15 ANOS DE EXPERIÊNCIA EM VAREJO E SERVIÇOS. TRABALHOU COM PESQUISA DE MERCADO NO IBOPE, COMO GERENTE DE PRODUTO NA RIACHUELO, GERENTE DE PROJETOS NA CONSULTORIA GOUVÊA DE SOUZA. FOI CONSULTORA DE MARKETING E GESTÃO NO SEBRAE, CONSULTORA DE GESTÃO EMPRESARIAL NA BITTENCOURT FRANCHISING E REDINTELIGENTE, DESENVOLVENDO PROJETOS VOLTADOS A MELHORIA DE PERFORMANCE DE REDES E ESTRUTURAÇÃO DE REDES DE VALOR.
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