Seu aluno procrastina o estudo para o Enem. O que fazer?

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Dia de prova é sinônimo de alunos com olheiras. O professor olha aquele grupo, geralmente escondido no fundo da classe, e fica se perguntando: como fazer esse pessoal entender que estudo é uma rotina diária e não adianta concentrar tudo na noite anterior à prova?
Não vamos contar ao professor, mas, cá entre nós, às vezes até adianta estudar na véspera. Adianta para passar na prova, bem entendido, porque a tendência, quando se olha muito conteúdo de forma atropelada, de uma tacada só, é esquecer tudo pouco tempo depois. Ou seja, o aluno passa no exame, só que não aprende nada.

Simples assim

Mas existe uma ocasião em que estudar na véspera não só não adianta como piora a situação, porque deixa o aluno mais cansado. É a dos exames vestibulares, que exigem planejamento e uma rotina metódica para dar conta de centenas de tópicos apresentados aos estudantes durante todo o ensino básico. O Enem não perdoa. Se nas provas escolares o aluno talentoso ainda pode se sobressair, mesmo que não estude muito, no vestibular passa o aluno que se preparou melhor. Ou seja, Carlos pode ser mais capaz e ter potencial superior ao de André, mas André rachou de estudar e ficou com a vaga na faculdade mais disputada de Medicina. Carlos vai ter de se contentar com uma faculdade menos conceituada ou tentar de novo o Enem em 2016. Simples assim.
O vestibular é o grande rito de passagem para a fase adulta. É o desafio mais importante na vida da maioria dos jovens, a encruzilhada que pode determinar seu futuro – e não apenas no aspecto profissional. É também o momento em que a família mais cobra uma boa performance dos estudantes, pega mesmo no pé, mais do que em qualquer outra fase da vida escolar.
Com tantas variáveis em jogo, o estudante vai se esforçar para conseguir vaga em uma boa universidade (de preferência pública, para aliviar o orçamento doméstico), certo? Só que não. Mesmo em ano de Enem e Fuvest, a procrastinação nos estudos parece ser a regra, não a exceção. Por que isso acontece? E como lidar com essa situação? Agora chega um pouco de perguntas. Vamos a algumas respostas:

Ah, o velho jeitinho

Uma das possíveis razões para a procrastinação é cultural, claro. Sim, estamos falando do jeitinho, eterno culpado pelos males brasileiros. Existe um tanto de mistificação em relação ao jeitinho, mas admitamos: somos uma pátria propensa à procrastinação, o que exige soluções de última hora, improvisadas.
O menino cresce vendo a mãe virar a noite para entregar relatórios no trabalho, alguns professores que se atrapalham todos com o cronograma de entrega das correções de prova, obras inauguradas na semana de abertura da Copa do Mundo… Ou então leva bronca (“São 10 e meia da noite e você ainda não terminou a lição?”) porque o pai está nervoso, correndo para entregar a declaração do Imposto de Renda até a meia-noite. Não precisa ser um gênio para perceber que no Brasil deadlines, na esfera pública ou privada, são coisas que nos surpreendem de última hora, ainda que tenham sido definidos com meses de antecedência. E o menino embarca nessa: “Se todo mundo faz, vou fazer também.”

“Não insista”

Como a escola pode combater os aspectos nefastos do jeitinho (porque ele também tem seu lado bom, a capacidade de improvisação)? Dando o exemplo. Professores que seguem o cronograma pedagógico e uma certa inflexibilidade quanto a prazos são aliados bem-vindos nessa batalha. Para que abrir espaço para desculpas dramáticas, cada vez mais elaboradas? É melhor seguir fielmente a regra do “trabalho só vale quando é entregue no prazo, sem exceções; por favor, não insista”.
Agora vamos aliviar um pouco para o lado do estudante. A questão é que a rotina do estudo diário ainda é uma prática dos alunos fora da curva. Porque, bem ou mal, a tática de avançar a noite mergulhado nos livros ainda funciona na maioria dos casos, como dissemos acima.

Avaliação permanente

Esse tipo de sprint de última hora poderia ser evitado se a escola adotasse uma cultura de avaliação permanente. Algumas delas já fazem isso com base na observação do professor sobre a participação dos alunos nas atividades em classe. O monitoramento também pode contar com a ajuda da tecnologia. Os exercícios do Geekie Lab, plataforma online de aprendizagem adaptativa da Geekie, são um meio rápido e eficaz de situar o aluno sobre suas deficiências. Em lugar de fazer a lição de casa e esperar dias pela correção do professor, ele tem uma ferramenta de resposta automática sobre seu desempenho e indicações de conteúdos para sanar suas deficiências, ali, na hora.
Os exercícios também pode ser aplicados em sala, como se fossem quizzes, no fim de cada aula. Imagine se o aluno pudesse responder a três ou quatro questões, em cinco minutos, para conferir se de fato entendeu o conteúdo que o professor acabou de trabalhar? A avaliação, nesse caso, perde o caráter intimidador da prova, vira um check list mais leve e divertido. Com a vantagem adicional de municiar a plataforma com dados que vão refinar os planos de estudo personalizados que ela entrega a cada aluno.

Maratona vs. sprints

Outro ingrediente a considerar na cruzada contra a procrastinação, diretamente ligado ao que acabamos de ver, é a falta de uma cultura escolar de preparação para desafios complexos, como o Enem. Aqui a procrastinação está mais ligada à ausência de planejamento. O aluno até se dispõe a estudar, mas falta a ele um método capaz de orientar a preparação para a maratona do Enem, uma prova de fôlego, diferente dos sprints de 100 metros das provas escolares aos quais está acostumado.
O professor pode fazer toda a diferença nesse treinamento para a maratona. Com sua experiência, pode encarnar um personal trainer, montando um calendário detalhado para a revisão dos tópicos mais importantes da sua disciplina, aqueles que vão fazer a diferença na pontuação do exame.
Aqui, novamente, o Geekie Lab pode ser um aliado de peso para estudantes e professores. Porque o grande diferencial da plataforma é exatamente o de combinar um mecanismo de inteligência artificial que mapeia deficiências dos alunos e indica meios de superá-las com conteúdos organizados em sequências didáticas consistentes – o acervo do Geekie Lab tem mais de 600 videoaulas e milhares de exercícios.

Medo do fracasso (e do sucesso)

Vamos agora explorar um pouco causas mais profundas da procrastinação (se você acha que esse comportamento está ligado apenas à preguiça, tudo bem, digamos então que vamos explorar as causas de tanta preguiça).
O medo do fracasso certamente é um fator a ser levado em conta. Aliás, o medo do sucesso também. Bons alunos têm uma motivação extra para estudar: invariavelmente são bem-sucedidos, reconhecidos no seu talento. Agora imagine alguém que se esforça ao máximo para obter resultados medíocres. Onde está o pote de ouro que vai estimulá-lo a continuar procurando o fim do arco-íris? Frustração contínua leva à espiral descendente da baixa auto-estima.
Da mesma forma, há casos em que o sucesso vira um fator extra de pressão. Alunos que se cobram demais normalmente não encaram o estudo como algo prazeroso. A exigência contínua de alta performance pode provocar fadiga de material e fazer o ex-bom aluno jogar a toalha.

Perfeito é inimigo do bom

Intimamente relacionada à questão do sucesso que gera fracasso está a do perfeccionismo. Um dos fatores-chave da excelência, ele pode virar um inimigo intimidador, daqueles que nos fazem pensar dez vezes antes de sair a campo para enfrentá-lo. Quando isso acontece, quando o aluno nem começa um trabalho porque já se convence de antemão de que o esforço não trará o resultado ótimo esperado ou implicará um sacrifício desproporcional, é hora de parar e repensar sua atitude em relação aos estudos.

Personas e personalização

Em todas essas situações, a personalização pode ser um caminho para combater a procrastinação. Quanto mais se sente amparado de perto, percebe que pode ditar seu ritmo em vez de correr atrás dos outros, mais o aluno vai ter autoconfiança para lidar com altos e baixos. Um aspecto positivo geralmente pouco ressaltado do Geekie Lab é o fato de a interação do estudante ocorrer num ambiente seguro. No quarto, diante do computador, ele está desarmado. Pode encarar de frente suas deficiências sem o risco de virar motivo de chacota dos colegas ou da ironia de (maus) professores.
Virar o jogo da baixa auto-estima pode ser mais fácil do que se imagina. Imerso no ambiente virtual em que costuma navegar durante boa parte do dia, com aulas que seguem a linguagem característica de sua geração, o estudante tem novas possibilidades de compreensão de conteúdos. Basta uma vitória para tudo se transformar. A mensagem do “sim, eu posso” recebida quando se alcança um objetivo antes considerado inatingível é poderosa a ponto de mudar o mindset, o padrão de mental de resposta, diante de desafios.

O que é sucesso?

Quanto à mudança de mentalidade, especialmente nos casos do stress pela busca incessante da alta performance, vale a pena a escola se debruçar sobre a mensagem que está passando aos estudantes. O único parâmetro de sucesso de alguma iniciativa é o resultado final ou a jornada também conta? O prazer da descoberta não vale tanto quanto o reconhecimento pelo desempenho? São algumas questões para se pensar. Agora. Sem procrastinação.


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