A forma como expressamos nossas reações aos riscos e desafios, influencia em como atuamos para encontrar soluções e superar os obstáculos, inclusive no processo de aprendizagem dentro da escola. Em seu segundo artigo para o InfoGeekie, Claire Arcenas fala sobre a importância de reconhecer seu próprio mindset e alterá-lo, se necessário, para obter êxito em suas atividades
“Não é que eu seja tão inteligente, apenas penso nos problemas por mais tempo que as outras pessoas.” – Albert Einstein
“Nunca vou conseguir resolver este exercício!”; “Física não entra na minha cabeça de jeito nenhum!”; ou “Eu não consigo absorver o que leio no computador!”. Todas essas são frases pessimistas que refletem um jeito de encarar o mundo que pode travar as pessoas e bloquear novas oportunidades.
Reconhecer que esses pensamentos são de fixed mindset (mentalidade fixa) nos ajuda a começar a transformação. Mudar nossas próprias palavras nos permite desenvolver e inspirar outras pessoas com um growth mindset.
Observe, por exemplo, essas três afirmações comuns a uma pessoa com mentalidade fixa:
Fixed mindset
- “Nunca vou conseguir resolver esse exercício!”
- “Física não entra na minha cabeça de jeito nenhum!”
- “Eu não consigo absorver o que leio no computador!”
Agora, veja como as mesmas afirmações podem ser feitas com uma mentalidade de crescimento:
Growth mindset
- “Eu ainda não consegui resolver esse exercício!”
- “Será que não há mesmo outra forma de resolver esse problema?”
- “Eu trabalho para encontrar uma maneira de melhorar meus resumos de textos.”
Podemos mudar nossas atitudes negativas para positivas usando palavras e frases simples que mostram como e o que pensamos sobre nós mesmos e sobre nossas interações com os outros.
A força dos mindsets
“A medida da inteligência é a capacidade de mudar.” – Albert Einstein
Ron Ritchhart, coautor da obra Making Thinking Visible e autor da obra Creating Cultures of Thinking, explica que os “mindsets são poderosos formadores de experiência”. Nossos mindsets são desenvolvidos por nossas interações com outros indivíduos nas situações de aprendizagem e no feedback (na crítica construtiva) que recebemos nessas situações. Nosso uso da linguagem nessas interações pode ser sutil, mas também é poderoso.
A linguagem direciona nosso pensamento, nossa autopercepção e nossa afinidade de grupo. Por isso, é importante criar uma comunidade de aprendizagem que inclui a escola, os professores e as professoras, estudantes e as famílias como participantes e colaboradores no desenvolvimento do mindset.
Quando criamos oportunidades para demonstrar um growth mindset (mentalidade de crescimento) para o próximo (em particular, para nossos estudantes), os ensinamos a ser mais abertos a novas experiências de aprendizagem.
* Claire Arcenas é apaixonada pela pesquisa realizada pelo Projeto Zero na Harvard Graduate School of Education (EUA). Ela integra-a ativamente em suas práticas de ensino, construindo assim uma cultura de pensamento que aprimora o ensino e o aprendizado. Lecionou internacionalmente por 17 anos, trabalhando e vivendo na Guatemala, Zâmbia e Brasil. Mais recentemente, foi professora da Graded American School de São Paulo. Durante seus 5 anos na Graded, ensinou educação física e educação em saúde. É mestre em educação pela Framingham State College (EUA) e bacharel em educação pela Universidade de Toronto (Canadá). É também formada em artes em espanhol, em ciências e em educação física e educação em saúde pela Queen’s University em Kingston, Ontário (Canadá). Claire é uma Educadora da IB (International Baccalaureate) e, desde 2009, lidera e facilita workshops pedagógicos para o Primary Years Programme. Atualmente ela trabalha como Designer pedagógica na Geekie.
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