Alunos protagonistas: a educação em foco

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Alunos protagonistas

Muito se fala do aluno como protagonista de seu próprio aprendizado, mas qual o papel do professor nisso? Descubra algumas técnicas para aplicar com seus alunos e incentivar uma aprendizagem mais ativa!

No atual cenário do século XXI, percebemos ainda uma educação que tem bases muito antigas e que não parece buscar evolução. É comum ver professores utilizando as tradicionais formas de ensinar e de fazer com que os alunos sejam apenas repetidores de tudo, especialmente o que ficar na memória de curta duração.
Surge então uma aliada dos adeptos desse tipo de educação: os famosos exercícios ou atividades. Na maioria das vezes, são milhares de questões, e quase sempre surgem os “por quê?”, “quais?”, “justifique”, “onde?” e “quando?” – uma diversidade de questionamentos para que os alunos busquem as respostas.
Outro fato sobre esses exercícios é que, na maioria das vezes, eles não são sequer corrigidos ou verificados – isso quando não são usados como forma de “pressionar” os alunos para que respondam mediante pontuação, assinaturas e pontos extras.
Um problema é que, dentre todos os alunos envolvidos no processo, é bem fácil observar aqueles que fazem e os que apenas copiam e colam as respostas. E, se não há um debate sobre o assunto, começam a surgir as “falsas verdades”, uma vez que as respostas serão aceitas como corretas.
Para transformar essa forma pouco eficaz de “método de estudo ou de ensino”, é possível colocar os educandos como protagonistas do conhecimento. Pela minha experiência, percebi que todas as pessoas se doam mais quando estão envolvidas com o assunto que está sendo desenvolvido.
Existem diversas técnicas que podem ser usadas para motivar o educando a participar de forma atuante no estudo e na aprendizagem significativa. Eu particularmente utilizo, de acordo com o resultado que pretendo obter, essas táticas:

  • Estudo de caso;
  • Situação problema;
  • Elaboração de questões para debate;
  • Encenação sobre o tema abordado e sua contextualização;
  • Apresentação de pitch;
  • Pesquisa aplicada.

Vamos conhecer um pouco mais de cada uma.

Estudo de caso

O estudo de caso é utilizado sempre que se deseja que, a partir da análise de um problema já resolvido, os envolvidos expressem seu senso de interpretação e de justificativa da pertinência do método aplicado para resolver a situação proposta. Essa técnica já traz consigo o problema e a forma como foi resolvido, solicitando, assim, algumas indagações que remetam à interpretação e ao ponto de vista sobre o fato e a resolução.

Situação problema

Já na situação problema, o aluno fica como responsável por estabelecer qual a maneira de resolver uma demanda solicitada em função do contexto apresentado, baseando-se nos princípios que a área em estudo remete e que são aplicáveis ao processo. Um resultado interessante dessa técnica é o aparecimento de propostas de resolução extremamente criativas.

Questões para debate

Responder a questões engessadas geralmente é uma tarefa fácil mediante a tanta tecnologia. Por isso, eu vejo que essa técnica traz bons resultados – dividir os alunos em grupos e pedir que cada um deles elabore questões sobre um determinado tema e depois fazer um grande jogo de perguntas e respostas com mediação do professor, esclarecendo as dúvidas e aumentando os conhecimentos. Isso incentiva a participação de todos. Vale lembrar de explicar as regras para não gerar discussões. Minha dica é preparar alguma lembrancinha do evento, como se fosse um reconhecimento pela participação.

Encenação e pitch

A encenação e o pitch são duas atividades que mexem muito com os alunos, pois ambos se tratam de processos criativos sobre os temas propostos pelo professor. Na encenação, os alunos estudam bastante para estarem preparados sobre o assunto, atuando como “atores e atrizes”, peças fundamentais no desenvolvimento de um todo. A encenação pode ter um tempo estabelecido e pode ser de diversas formas e apresentada em diversos locais. Já no pitch é necessário que seja gravado um vídeo curto de no máximo 5 minutos sobre o tema. É essencial que o material seja auto explicativo, além de provocar o desejo pela pesquisa do tema para aprofundamento.

Pesquisa aplicada

Finalizando, temos a pesquisa aplicada sobre uma temática. Esse item deve ser tratado com extrema ponderação, pois o importante não é só a quantidade ou aspecto do trabalho, também é crucial mensurar a forma de como será avaliado para poder facilitar a execução pelos alunos. Recomendar sites, artigos, livros, entrevistas, etc. é muito válido a fim de embasar com conteúdo concreto e de fontes reconhecidas.
É imprescindível que todas as atividades citadas tenha todos os métodos avaliativos ou de desenvolvimento extremamente claros para os alunos. Além disso, é essencial que elas levem ao aprendizado e não a mais um “trabalho” para os alunos. Afinal o foco é a aprendizagem com base na percepção do aluno sobre um tema, e se o estudante fica sem entender uma parte do processo, ele está suscetível a não atingir o objetivo proposto.
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* Ruan Carlos Nascimento é formado em Engenharia Mecatrônica pela Unit e Eletromecânica pela IFS. Atualmente, é educador do SENAI Sergipe no Centro de Educação e Tecnologia Coelho e Campos. Desenvolve estratégias de ensino para a comunidade PNE e busca interação entre a teoria e o sentido de sua aplicação. Gosta de tecnologias educacionais e metodologias ativas de foco na aprendizagem.

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