Quando um coordenador pedagógico pode se tornar diretor?

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Quando um coordenador pedagógico pode se tornar diretor?

Uma questão pouco discutida sobre o trabalho dos profissionais de ensino é a progressão de carreira. O passo inicial de muitos é a sala de aula, pois começam como professores, alguns podem vir a se tornar coordenador pedagógico, mas o caminho que a trajetória profissional vai seguir é pouco conhecida. Enquanto áreas como engenharia, administração e recursos humanos possuem degraus de autoridade e senioridade bem definidos, com requisitos e benefícios pré-acordados, na escola isso ainda é raro.

Tomemos, por exemplo, uma empresa de engenharia. Qualquer empresa bem estruturada na área sabe discernir claramente quais são as exigências de um engenheiro júnior, pleno ou sênior. Na medida em que a capacitação do profissional aumenta, melhoram o seu salário e status, e mudam as suas responsabilidades e atribuições. Dessa forma, modelos semelhantes vigoram em hospitais e até mesmo nas faculdades, cada um com suas peculiaridades.

Essa estrutura ajuda as corporações a treinar seus funcionários, formando um corpo de gerência e diretoria alinhado com os valores e missão da empresa. Além disso, reduz custos de contratação, aumenta a satisfação pessoal dos colaboradores e melhora a retenção dos que são classificados como “estrela”.

Para trazer esse assunto à conversa, vamos falar hoje sobre a progressão de um dos profissionais mais importantes da escola, o coordenador pedagógico, e como ele pode buscá-la no ensino.

O que considerar para a progressão do coordenador pedagógico?

O primeiro ponto a se considerar na promoção de um coordenador pedagógico são as ambições pessoais do profissional. Ao contrário da progressão por senioridade (junior – pleno – sênior), ascender ao cargo de diretor não é uma evolução natural, linear da profissão de coordenador. É necessário que o profissional deseje essa mudança e sinta-se preparado para ela!

Além dos aspectos pedagógicos, um diretor precisa lidar com uma série de questões burocráticas e administrativas, incluindo legislação e finanças. É, portanto, uma rotina de trabalho diferente, centrada mais em torno de delegar, avaliar e decidir. Enquanto isso, o coordenador pedagógico é regido pelo planejamento e execução dos planos.

Em uma definição clássica do pesquisador Antônio Carlos Gomes da Costa, o diretor aspira três perfis básicos: administrador escolar, supervisor pedagógico e líder sociocomunitário. Para isso, hoje, o diretor tem ao seu favor canais e recursos tecnológicos que auxiliam no processo de como administrar a escola sem deixar de lado o trabalho pedagógico. Esse é o caso do portal da Revista Gestão Escolar, que conta com um espaço especial para os diretores ampliarem seus conhecimentos, buscarem soluções para problemas que encontram no dia a dia, além do contato com inovações.

Os trabalhos do coordenador pedagógico e do diretor são complementares e igualmente importantes, mas fundamentalmente diferentes. Ou seja, nem todo coordenador aspira assumir esse outro lado que um diretor precisará ter. Contudo, uma vez considerada a vontade do coordenador pedagógico em assumir esse novo desafio, é necessário avaliar se ele tem as competências necessárias. Vamos às principais:

Liderança

O diretor precisa se portar como o capitão ou técnico de um time. Isso porque é responsabilidade dele garantir que todos os funcionários, desde os zeladores aos professores, estejam “no mesmo barco”.

Para construir um ambiente escolar saudável e positivo, é imprescindível o comprometimento e disposição de todos que trabalham ali. Por isso, não basta uma equipe, é preciso que seja um time comprometido com a missão de educar.

Desse modo, o diretor se diferencia do coordenador pedagógico, pois precisa ser mais que um chefe. Segundo a classificação da Mestre em Psicologia, Simone Missel, o diretor é “um indivíduo brilhante e solitário que deve exercer o controle sobre si mesmo antes de controlar os outros. Ele vai muito além de administrar o trabalho que outras pessoas executam”. Ao olhar assim, entendemos a importância dessa competência em quem deseja ocupar um cargo de diretoria escolar.

Mediação de conflitos

Em qualquer ambiente de trabalho, é normal que aconteçam desavenças, desentendimentos e até mesmo brigas. Na rotina do coordenador pedagógico que se torna diretor, pode ser algo do corpo docente em relação à administração, ou dos alunos e pais em relação à escola ou mesmo entre funcionários de um mesmo setor.

Por isso, conseguir ouvir os envolvidos de forma tranquila, baixar o tom das discussões e propor soluções construtivas é uma habilidade extremamente necessária para essa progressão na carreira.

Capacidade de análise

O caminho do coordenador pedagógico para chegar até um cargo de diretoria é uma construção. Assim, com base nos anos envolvidos em diferentes processos, os diretores guiam suas decisões de forma instintiva.

Geralmente, esse instinto é desenvolvido com base em estudos e a vivência de muitas situações. Entretanto, ainda é um processo subjetivo. Isso o torna complicado de prever e replicar.

Desta forma, é necessário que o coordenador pedagógico seja capaz de ler e interpretar dados. Ou seja, pesquisas, impactos do funcionamento da escola e indicadores de desempenho. Não basta identificar os fatores, mas combiná-los em análises coerentes, que sejam capazes de nortear o processo decisório de forma mais segura e focada na melhoria contínua.

Olhar para inovação

Um ponto importante para o coordenador pedagógico que anseia se tornar um novo diretor é entender que a tecnologia está mudando o mundo em uma velocidade muito alta. E o ensino não foge desta situação! A tecnologia permite hoje experiências de aprendizado muito mais ricas, eficiência operacional e troca de ideias em uma escala que nunca havíamos experimentado.

No entanto, o detalhe é que a difusão da tecnologia, da sua experimentação, desenvolvimento e lançamento, até a sua integração no cotidiano dos alunos, não é um processo automático. É preciso que a diretoria dê a devida atenção para assuntos como esse e saiba perceber quais são as inovações benéficas para a sua escola.

Há muitos recursos disponíveis: planejamento escolar on-line, plataforma que permite realizar a gestão de faltas e até contratar serviços para auxiliar na limpeza da escola e alimentação dos alunos, tudo isso em apenas um clique! Assim, as escolas são capazes de evoluir muito mais rápido.

Nesse cenário, os profissionais encontram espaços capazes de ajudá-los a conhecer e a propor melhorias em suas escolas, tanto nos aspectos administrativos quanto nos pedagógicos. Isso, além de inovar nos processos, ajuda a escola a cumprir melhor a sua função primordial: ensinar.

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