A programação neurolinguística e suas vantagens na aprendizagem significativa

Colunas
programação neurolinguística

Ruan Carlos descreve um exemplo de programação neurolinguística para entender o perfil dos seus estudantes e construir aulas voltadas à aprendizagem significativa. Confira!

Muitas vezes nos deparamos com os estudantes manifestando diversos níveis de captação do conhecimento mediante uma mesma abordagem. Isso acontece por causa da forma como a demonstração da informação foi feita, bem como a maneira com a qual o aluno capta as informações enviadas.
Todas as ideias passadas geralmente são captadas por três bases de sentido no nosso cérebro: audição, visão e sinestesia. As formas como lidamos com as informações podem ser potencializadas quando conseguimos entender com qual desses sentidos a pessoa com a qual estamos desenvolvendo o processo de aprendizagem tem maior facilidade de relação.
Tomemos como base um exemplo simples, porém muito revelador. Inicialmente, peça aos alunos que fechem os olhos e imaginem a seguinte situação: “uma nova professora está chegando na escola para dar aulas de educação artística. Ela entra na sala de aula e cumprimenta todos os presentes. Logo em seguida, ela vai até o outro lado da sala e pega dentro de sua bolsa uma bandeja pequena. Dentro dessa bandeja, ela retira um limão, coloca-o sobre a mesa e o corta em quatro partes. Em seguida, ela lhe dá uma dessas partes e você espreme aquele pedaço em sua boca sentindo passar lentamente por sua garganta.”
Vejamos, agora, os resultados que os estudantes podem ter quando perguntarmos quais os detalhes que eles viram desse relato que contamos. Como os sentidos se manifestam de forma diferente em cada uma das pessoas ouvintes, teremos uma situação bastante diversificada. Alguns irão citar o som do salto da professora, o barulho do caminhar, o som da porta da sala de aula abrindo. Talvez mencionem o como a nova professora os saudou, ou ainda o zíper da bolsa abrindo. Outros pensarão no som da faca cortando o limão ou até no som da bandeja pequena sendo aberta. Quando os alunos prestam atenção nesses detalhes, significa que eles possuem um forte senso auditivo e manifestam facilidade de aprender através de sons. Músicas, paródias, rimas e animações sonoras favorecem o nível de absorção dos conteúdos.
Possivelmente também teremos outros estudantes que vão estar relatando a cor da roupa, o carro que a professora chegou, se ela usava bolsa e que cor era. Detalhes de como era o ambiente de aprendizagem, as cadeiras, a iluminação, se era dia ou noite. E detalhes do cabelo, do corpo ou das expressões da professora. Com essas pessoas, podemos fazer abordagens a partir da imagem, já que esse é o seu melhor modo de aprender. Elas têm facilidade de memorizar paisagens, fotos e locais que chamam a atenção, aprendem por vídeos e por ilustrações e desenvolvem muito forte o senso visual.
Um terceiro rumo que pode ser dado é o das sensações. Esse grupo irá falar no cheiro do perfume, na temperatura do dia ou da noite e no ambiente de aprendizagem. Ou também das expectativas em termos de sentimentos com a chegada de uma nova educadora. E principalmente da reação ao saborear o limão. Esses alunos são sinestésicos, e possuem alto poder de sentir o clima e o momento. Aprendem pondo em prática.
Com esse simples exemplo, temos um grande norteador na formatação das atividades direcionadas ao público, já que sabemos como atingir a melhor forma de relacionamento do conteúdo com a aprendizagem, do ponto de vista dos alunos.
Assim, é possível dosar as imagens, os sons, a quantidade de atividades práticas e, por fim, conseguir um alto grau de comprometimento e aprendizagem, ao mesmo tempo em que a abordagem fica mais prazerosa e eficaz. Um uso aplicado da programação neurolinguística.
É louvável ressaltar que nenhuma metodologia deve ser formulada totalmente para alunos auditivos, visuais ou sinestésicos. A melhor forma é a criatividade de mesclar os três formatos e fazer com que o envolvimento seja ponto chave na hora do aprender. Afinal, o que se busca é a significância que o aluno irá sentir ao participar daquele momento.
O exemplo dado é um típico usufruto da programação neurolinguística aplicada aos processos de aprendizagem, com base nas respostas dadas pelos participantes da brincadeira. O importante fato tratado é a obtenção da forma de como atingir o outro sem ele perceber, a fim de potencializar todo o conhecimento envolvido no processo.
Assim sendo, é importante destacar a pertinência do estudo da programação neurolinguística aplicada ao processo de ensino aprendizagem e como construir melhores condições de relacionamento para ambas as partes envolvidas nessa questão.
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* Ruan Carlos Nascimento é formado em Engenharia Mecatrônica pela Unit e Eletromecânica pela IFS. Atualmente, é educador do SENAI Sergipe no Centro de Educação e Tecnologia Coelho e Campos. Desenvolve estratégias de ensino para a comunidade PNE e busca interação entre a teoria e o sentido de sua aplicação. Gosta de tecnologias educacionais e metodologias ativas de foco na aprendizagem.

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