Inovação educacional que cabe no bolso

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Inovação educacional que cabe no bolso

* Por Elisangela Goulart e Vanessa Giron

Inovação ou Invenção?

Quando pensamos em inovação, pensamos que se trata de algo muito complexo ou quase inatingível, algo típico de pessoas com grande talento e potencial. O que muitas vezes não pensamos é que a inovação está ao alcance de todos em qualquer ambiente, inclusive na escola. Neste contexto, inovar é, basicamente, melhorar os recursos financeiros, humanos, e os processos educacionais, melhorando, consequentemente, seus resultados. Na prática, uma ação inovadora de fato precisa ter sua eficácia notada e validada na própria escola atendendo a demandas externas, seja do contexto educacional local, regional ou global. Nesse sentido, é preciso ter cautela para não confundir inovação com invenção, uma vez que, para inovar, é preciso ter em mente, primeiramente, por que fazer, justificando a causa da ação; em seguida, é preciso refletir sobre como fazer isso, ou seja, encontrar uma maneira para fazer o que se quer; por último, deve-se pensar no que fazer, isto é, em qual produto ou serviço vamos oferecer. O que foge disso é invenção, e não inovação.

Por exemplo, no nosso artigo anterior, que fala “Como o processo criativo mudou o nosso olhar de educadoras para os desafios da escola”, nós descrevemos o processo de criação e execução de um projeto que fizemos na nossa escola. Para fazê-lo, primeiramente partimos de uma necessidade, do “por que fazer?”, que, nesse caso, era captar boas ideias dos alunos para a escola e transformá-las em ações concretas. A partir dessa demanda, fomos buscar a melhor maneira de fazer isso, ou seja, o “como fazer?”, até que chegamos ao Design Thinking, abordagem que consideramos ideal para pôr em prática esta ação. Tendo em mente a nossa demanda e a forma como captaríamos essas boas ideias dos alunos, chegamos ao formato das reuniões semanais com eles, o que caracterizou a etapa “o que fazer?” da nossa ação. Inovar na educação é isso! É agir para atender uma necessidade real de forma assertiva, fazendo com que todos os envolvidos tornem-se responsáveis pela mudança. E inovar de forma criativa, leve e que conecte as pessoas é melhor ainda!

“Nem toda inovação envolve tecnologia, mas toda inovação representa uma mudança mental sobre algo”.

Cabe aqui ressaltar que nem toda inovação envolve tecnologia, mas toda inovação representa uma mudança mental sobre algo. Assim, muitas vezes é necessário buscar novas técnicas, abordagens e ferramentas para fazer as mudanças que queremos de forma que caiba no nosso bolso.

Inovação que cabe no bolso

E que tipo de material cabe no nosso bolso? Antes de tudo, é preciso olhar para o nosso ambiente com outros olhos e enxergar nele as diferentes possibilidades de criação. É isso mesmo! Até uma parede pode servir de local de trabalho, para afixar papéis e post-its ou transformá-la em uma grande lousa.


Se não responder necessidades reais, não é inovação, dizem as educadoras: é invenção

As dicas de materiais são muito simples, de fácil acesso e potencializam a criatividade de todos. Segue a nossa sugestão:

  • Papel sulfite para dinamizar as atividades;
  • Post-its para dar movimento ao processo criativo;
  • Flip chart para otimizar o tempo em apresentações simples;
  • Canetinhas para trabalhar com as cores e facilitar as anotações criativas;
  • Papel contact preto fosco para colar em uma parede e criar o efeito de lousa;
  • Giz de lousa para escrever na lousa de papel contact.
  • Dica extra: você pode substituir o giz de lousa por giz pastel seco, para ter cores mais vivas e um melhor resultado visual.

Nós já mostramos aqui o que é inovação no ambiente escolar e como inovar. No nosso próximo artigo, vamos discutir como trabalhar as necessidades e desafios usando o processo criativo nas diferentes realidades escolares, dando dicas de aplicação do Design Thinking e do Pensamento Visual para promover as mudanças necessárias.

* Elisangela Goulart e Vanessa Giron são colunistas do InfoGeekie. Elisangela é professora e geógrafa de formação, com MBA em educação cognitiva. Professora desde 2010 e Orientadora Educacional desde 2015 no Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”. Utiliza o Design Thinking e o Pensamento Visual nas suas práticas educacionais desde 2015. Entre em contato: emottagoulart@gmail.com
* Vanessa Giron é formada em Letras, português e grego clássico, e mestre em Letras Clássicas pela USP. Professora desde 2011 e Coordenadora de Ensino Médio desde 2015, no Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”. Utiliza o Design Thinking e o Pensamento Visual nas suas práticas educacionais desde 2015. Entre em contato: profvanessagiron@gmail.com

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