O que gestão escolar tem a ver com interdisciplinaridade?

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Gestão escolar

Uma feira de ciências é assunto pedagógico? De marketing? Do financeiro? De todos eles! Maurício Berbel, consultor educacional da Alabama, fala sobre a necessidade de a gestão escolar olhar a escola como um todo, fazendo um paralelo com a interdisciplinaridade em sala de aula.

Apesar de estar coluna ser sobre gestão e marketing educacional, hoje, vou me permitir pisar fora do meu quadrado por um minuto ao comparar a gestão escolar e a interdisciplinaridade.

Nas escolas, as vantagens de abordagens interdisciplinares e a contextualização da aprendizagem já superaram, no discurso, a visão fragmentada do conhecimento em uma dúzia de disciplinas. Digo “no discurso” pois, como bem observa um colega consultor, “conhecemos escolas incríveis quando ouvimos coordenadores e diretores mas revisitarmos nossas antigas escolas quando entramos nas salas de aula”.

Mas o que isso tem a ver com gestão escolar?

Voltando ao meu quadrado, na gestão escolar acontece algo parecido. Desde os primórdios da ciência da administração até os dias de hoje, a teoria já fez movimentos pendulares entre mecânica-tempo-máquina e relações-motivação-pessoas… E, ainda que a ideia de gestão integrada com responsabilidade corporativa venha se consolidando na liderança editorial e nos eventos para executivos, o paradigma de “cada um no seu quadrado” ainda predomina na prática das empresas (e, dentro desse debate, consideramos que escolas particulares também são empresas).

Por isso, aproveito meu espaço aqui para provocar os(as) leitores(as) a enxergar a escola como um só organismo; parar de pensar que há o quadrado do pedagógico, do marketing, do financeiro, entre outros.

Leia mais: Interdisciplinaridade: um trabalho de parceria docente

Uma feira de ciências é assunto pedagógico? De marketing? Do financeiro? De todos! É preciso que gestores(as) e educadores(as) se libertem da visão estreita, com foco exclusivo em grades curriculares ou organogramas, para que consigam realizar um trabalho melhor, conhecendo seus papéis, mas, paralelamente, mantendo a visão ampla da escola.

Como disse Peter Drucker, professor e consultor administrativo austríaco, “o marketing é tão básico que não pode ser considerado uma ação isolada… É o negócio todo visto do ponto de vista do resultado final, isso é, do cliente”.

Portanto, vamos procurar nos colocar no ponto de vista das famílias, compreender suas expectativas, ajustar nossas ofertas e nos comunicar de maneira ágil, simples e bem direcionada. Ao enxergar nosso negócio dessa maneira, teremos bons insights de marketing, faremos bons investimentos financeiros e realizaremos bons projetos com nossos alunos, valorizando suas experiências escolares.

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Maurício é diretor pedagógico e conhece de perto os desafios do dia a dia escolar. Em paralelo, é também sócio-consultor na Alabama, consultoria estratégica para instituições de ensino, mestre em Administração de Empresas pela USP, professor em cursos de pós-graduação e MBA Executivos, consultor de marketing e gestão estratégica de instituições de ensino e co-autor de livros como “Marketing Educacional: como manter e conquistar mais alunos”.
Este artigo foi originalmente publicado em 6 de setembro de 2016 e atualizado em 9 de fevereiro de 2021.

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