Educação, tecnologia e a nova sociedade

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“Em dez anos veremos um ambiente totalmente diferente, especialmente para os menos privilegiados do que nós”, disse nesta sexta-feira o sócio-fundador da Geekie Claudio Sassaki durante o debate Tecnologia para a Sociedade, realizado na seção latina do Fórum Econômico Mundial, no México. Para Sassaki, no Brasil essa mudança vai ocorrer pelo aprofundamento de uma tendência: a do surgimento, graças ao desenvolvimento tecnológico, de uma geração de empreendedores que combina visão de negócios e preocupação social para ampliar o acesso à educação, saúde, segurança e à informação.
Sassaki citou como exemplos de empreendimentos pioneiros sites como o Catraca Live, que amplia o acesso a serviços gratuitos de cultura, educação e saúde, e a própria Geekie.

“Quando se fala em democratizar a educação de qualidade, usamos, por exemplo, o poder da tecnologia para dar feedback em tempo real para professores, diretores e estudantes”, disse.

Segundo ele, isso é especialmente relevante porque, mesmo em Estados ricos, professores da rede pública podem levar de 9 a 12 meses para ter acesso aos resultados de avaliações dos alunos.
Dirigindo-se a Sassaki, outro participante do debate, o CEO da telefônica AT&T no México, Thaddeus Arroyo, elogiou iniciativas capazes de colocar o “saber coletivo da humanidade” ao alcance de todos. “O potencial da inovação tecnológica para mudança social está sendo compreendido em vários níveis”, disse.
Arroyo afirmou que gigantes como a AT&T podem estimular esse processo oferecendo infraestrutura para inovadores e, em troca, incorporar novas soluções e a própria mentalidade criativa típica dos jovens empreendedores. “Com uma sociedade baseada em software e a infraestrutura já disponível, só ficaremos limitados pela nossa própria imaginação”, disse.

“É a educação que vai fornecer o talento humano de que precisamos para manter esse sistema funcionando.”

Diretora-geral do Google para a América Latina, Adriana Noreña usou o caso de uma escola mexicana que virou capa da revista americana Wired como exemplo dos benefícios da conectividade para a educação. O professor de uma escola pública de uma cidadezinha perto de Tijuana resolveu replicar o método de ensino de um colega indiano que descobriu na internet: trabalhar conteúdos a partir de perguntas de alunos, com respostas pesquisadas na web. “Como a escola não tinha acesso à internet, o professor fazia as pesquisas à noite, em sua casa. O trabalho ajudou a colocar o colégio em primeiro lugar no ranking do México”, revelou.
Para Sebastian Bellagamba, diretor da The Internet Society no Uruguai, uma vantagem que a tecnologia agregou à educação é o velocidade do retorno em investimentos no setor. Segundo ele, o Uruguai já está colhendo frutos de políticas com a de levar conexão de alta velocidade a residências e escolas e fornecer equipamentos aos estudantes – latptops foram entregues a 100% dos alunos do ensino fundamental; no ensino médio o índice é de 70%. “Tirando os produtos do agronegócio, softwares são o principal item da pauta de exportação do país”, disse. “O Uruguai exporta mais software do que o Brasil em termos absolutos.” O Uruguai tem 3,4 milhões de habitantes.




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