3 casos de escolas que colocaram o ensino híbrido em prática

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Uma revolução na aprendizagem. Esse é o propósito das instituições de ensino que passam a combinar o aprendizado online com o offline, fazendo com que o aluno mescle o estudo por meio virtual, em que ele é o protagonista de sua aprendizagem, com o formato presencial, que valoriza a interação com o professor e os colegas. Esse método é conhecido como ensino híbrido ou blended learning (a expressão em inglês se assemelha mais a ‘aprendizado mesclado).  
O ensino híbrido já está consolidado como uma das tendências mais importantes da educação do século 21. Com o grande leque de possibilidades aberto pela tecnologia, a proposta é a de que os alunos passem a ver mais sentido no conteúdo apresentado, tenham acesso a um processo de ensino personalizado, sejam estimulados a pensar criticamente, a trabalhar em grupo e a desenvolver a autonomia nos estudos.
Mas, se uma escola segue o modelo tradicional de ensino, como inovar e colocar em prática o ensino híbrido? Diversas escolas no Brasil e no mundo seguem essa tendência. Abaixo, listaremos três casos de escolas que já praticam esse modelo de ensino.
Leia mais: Ensino híbrido – como ir além da tecnologia pela tecnologia

1. Escola pública Burnett Elementary, na Califórnia, Estados Unidos

Uma sala de aula diferente. É o que proporciona a professora Alison Elizondo, da escola pública Burnett Elementary, na Califórnia, para os alunos do 4º ano do ensino fundamental. Alison desenvolveu um programa de ensino híbrido chamado We <3 2 Learn (Nós amamos aprender, em tradução livre), que utiliza plataformas online para subverter a rotina da sala de aula e colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem. A professora divide as aulas em cinco etapas de 25 minutos e vai rotacionando as atividades, de maneira que todos os alunos passem pelos diferentes estágios.
As quatro primeiras etapas são referentes a conteúdo e, a última, à reflexão. A primeira delas é realizada com o apoio de plataformas adaptativas, como a Khan Academy. A segunda tem como foco o currículo base, em que os alunos, divididos em grupos, criam e resolvem problemas baseados nos conteúdos obrigatórios. Em seguida, eles fazem uma aplicação prática do problema, tentando aproximá-lo de suas vidas cotidianas e propondo uma solução para aquela situação. Depois, produzem vídeos tutoriais de como lidaram com os desafios, como forma de instrução para os outros grupos. Por último, eles refletem sobre o que aprenderam, no que tiveram sucesso e o que precisa ser trabalhado, e a professora decide como pode ajudá-los.

2. Summit, Estados Unidos

No ano letivo de 2012/2013, a Summit começou a testar um modelo de ensino híbrido para a disciplina de matemática. Abandonou as formações tradicionais de sala de aula e organização por séries e passou a adotar salões e salas para trabalhos em grupo, além de várias ferramentas tecnológicas que permitiram que os educadores e os próprios alunos tivessem acesso a dados que mostravam onde cada um estava e o que faltava para alcançarem metas individuais. O modelo fez tanto sucesso que no ano seguinte foi expandido para todas as disciplinas.
Os alunos se sentam em grandes salões, cada um com seu notebook, e trabalham em planos individuais de aprendizagem. Nos planos, eles definem metas do que vão aprender e desenham roteiros para alcançar tais objetivos. Por meio do aprendizado baseado em projetos, os alunos da Summit têm a oportunidade de ver funcionar na prática tudo ao que tiveram acesso anteriormente na teoria e, com isso, consolidam um aprendizado mais profundo e significativo. Após todas as etapas, os alunos se dedicam a um momento de leitura, também mediado pela tecnologia. Com o auxílio de um leitor de livros digitais, os professores conseguem inserir vídeos, testes e perguntas nos textos com os quais os alunos estão trabalhando.

3. Ginásio Experimental Carioca, no Rio de Janeiro

Muitas vezes, as aulas de ciências e matemáticas do 7.º ano de algumas escolas dos Ginásios Experimentais Cariocas, rede de escolas inovadoras criada pela prefeitura do Rio em 2011, acontecem juntas, em ambientes interdisciplinares criados pelas professoras. Com o que aprendem no curso Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação, da Fundação Lemann, as professoras têm experimentado levar o modelo de rotação por estações para sala de aula.
Na primeira estação, são trabalhados conteúdos de matemática e ciências. Na segunda, elas organizam perguntas com conteúdos mesclados de reino animal e números decimais. Um colega desafia o outro com duas questões. Nas estações três e quatro, os alunos têm acesso a computadores com atividades que as professoras adaptam da Educopédia, acervo que roda no Geekie Lab, plataforma adaptativa online da Geekie usada pela rede municipal do Rio.
Uma quinta estação fica disponível para quem terminar as atividades antes do tempo previsto. Nela, os alunos podem optar por colocar um crachá de monitor e circular pela sala para ajudar colegas ou ler revistas de ciências. As professoras percorrem todas as estações, mas preferem não intervir muito e, sim, deixar que os estudantes busquem as respostas com os colegas ou com outros recursos disponíveis.
Com as referências acima, conseguimos mostrar como escolas adotaram práticas inovadoras usando o ensino híbrido. No entanto, para que isso ocorra, os professores, o coordenador pedagógico e o diretor devem estar profundamente envolvidos no processo – ou seja, é importante que as ideias sejam construídas por esses gestores e educadores, e não impostas a eles.
É necessário tentar, arriscar, para inovar. E você, acha que sua escola está preparada para esse boom de inovação? Compartilhe conosco!

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