O professor está dando sua aula, esforçando-se para atrair a atenção dos estudantes e passar o conteúdo da melhor maneira possível. Correndo os olhos pela sala, se depara com um aluno alheio ao que está acontecendo, atento apenas a algo que segura embaixo da carteira: seu smartphone. Esse é o principal desafio do celular na educação.
Pois, se os alunos já se distraem facilmente quando não têm nada à mão, imagine com os celulares, porta de entrada da internet e do contato com seus amigos nas redes sociais. E assim, é quase inevitável o professor criar aversão aos telefones e declará-los inimigos número 1 do ensino.
A importância do celular na educação
No entanto, o smartphone faz parte da rotina deles (e da nossa), e é um meio de socialização e de expressão – o discurso das novas gerações é cada vez menos verbal e mais digital. Além disso, se eles estão sendo preparados para viver e trabalhar num mundo superconectado, é fundamental a relevância do celular na educação.
Assim, é mais sensato reconhecer a importância do celular na educação. Afinal, a tecnologia como ferramenta no processo de aprendizagem, se bem aplicada, pode servir, e muito, aos processos pedagógicos. Confira agora 6 ideias práticas para tornar o smartphone bem-vindo no processo educativo.
Ideias práticas para utilizar o celular na educação
Comunidades no WhatsApp e no Face
Celulares podem ser um meio de criar comunidades de aprendizado, estimulando a relação direta entre alunos de diferentes escolas e cidades. Nesse sentido, candidatos que prestaram o Enem no ano passado montaram grupos no WhatsApp e no Facebook com até 40 mil participantes, nos quais compartilharam durante meses dicas de estudo e outras informações sobre o exame.
Outro exemplo está no documento Diretrizes de Políticas da Unesco para a Aprendizagem Móvel, que cita o Yoza Histórias pelo Celular, projeto desenvolvido na África do Sul que conseguiu desenvolver uma comunidade de jovens leitores, atraídos pela possibilidade de ler e fazer comentários sobre contos.
Comunicação com o professor
Por outro lado, se os jovens não saem das redes sociais e usam os smartphones como principal acesso a elas, por que não falar com eles onde eles estão? Alguns professores estão sendo muito bem-sucedidos na estratégia de se comunicar com a classe por plataformas.
Pensando nisso, os alertas podem tratar desde a data de uma prova, de mudanças no cronograma de trabalhos a serem entregues até mensagens motivacionais. Dessa forma, a comunicação, além de ser muito eficaz, faz o aluno olhar para o professor como um “igual”, alguém que usa as mesmas ferramentas que ele.
O mundo como sala de aula
Os smartphones ajudam a derrubar as paredes da educação formal, confinada a salas durante séculos. Assim, investir nas possibilidades virtuais do celular na educação pode ser uma boa maneira de se aprofundar nos temas e de atrair a atenção dos estudantes de uma maneira diferente.
Pode-se, por exemplo, ensinar conteúdos de geografia e pedir para os alunos visualizarem mapas no smartphone ou fazer roteiros virtuais por cidades, com indicações de marcos locais e informações sobre por que eles são importantes do ponto de vista estético ou histórico. Já em biologia, o ambiente virtual permite ao estudante aprender sobre determinada planta em seu hábitat natural. Nas aulas de inglês, cada aluno pode escolher uma música ou vídeo e fazer um exercício de compreensão do conteúdo. Se a disciplina for o português, uma boa ideia é utilizar recursos como dicionários e gramáticas online.
Além disso, estudantes que tenham dúvidas podem recorrer ao Google. Isso não diminui em nada o processo de aprendizado. No século 21, com as consultas ao alcance de um toque, não faz sentido memorizar nomes e datas, mas saber relacionar fatos e processos.
Facilidades da tela digital
É muito comum os professores fazerem longas anotações na lousa ou mesmo imprimirem folhas com conteúdos ou exercícios para dar os alunos. No entanto, os smartphones podem ser um meio mais prático e ecológico – já que não exigem a impressão em papel – para distribuir o material.
Com isso, os estudantes têm a alternativa de ler os textos passados pelos professores de forma digital, por meio dos diversos aplicativos de PDF e outros formatos que existem. Nesse caso, o fato de as telas dos smartphones ficarem cada vez maiores e com maior resolução contribui para o uso dos telefones.
Outro exemplo, segundo a Unesco, são os vários projetos de realidade aumentada da América do Norte e Europa, que usam smartphones para revelar estruturas que não estão visíveis a olho nu. Nesse sentido, um software, que foi concebido para estudantes de engenharia, possibilita ver os suportes estruturais de determinadas pontes.
Dicas de games e aplicativos
Atualmente, há diversos games e aplicativos desenvolvidos para plataformas digitais cujo foco é a educação. Eles podem ser encontrados nos mais diversos tipos e voltados a todas as disciplinas.
Os games são uma maneira de tornar o ensino mais interessante e diferente, assim, muitos alunos têm mais probabilidade de aprender com eles do que com textos mais longos, cuja leitura exige concentração. Veja alguns exemplos de aplicativos úteis:
Edmodo – gratuito, facilita a conexão entre alunos e professores, que podem mandar recados sobre provas e outros eventos. O Edmodo também tem a capacidade de armazenar notas.
Grammar Up – aplicativo que avalia o repertório do aluno em língua inglesa, reúne mais de 1.800 palavras em testes de múltipla escolha.
History – Maps of the World – gratuito, traz mapas em alta resolução de diferentes períodos históricos.
Geekie Games – A Batalha – incentiva que os alunos aprendam jogando em uma batalha de conhecimentos entre os amigos
Geekie Games Enem – permite estudar em planos de estudos personalizados e realizar simulados no mesmo formato do Enem
Motion Math – em 3D, simula a viagem de uma estrela de volta ao espaço. Exige que o jogador mova as frações para o ponto correto em uma escala de números.
The Elements – A Visual Exploration – permite escolher um elemento da tabela periódica e ver em 3D objetos feitos a partir dele.
Nosso Sistema Solar – mostra e explica elementos do Sistema Solar, como o sol, satélites e planetas.
Microsoft Math – tem exercícios e conteúdos teóricos. Os jogadores podem competir ou colaborar com outros alunos. Professores seguem o desempenho dos estudantes e propõem, se for o caso, atividades personalizadas.
Bones Anatomy – traz informações em 3D sobre a anatomia do esqueleto humano.
Fontes para os aplicativos: Universia e Microsoft Brasil



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